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Terra Lume termina com duas atividades gratuitas em Campinas
As duas atividades que encerram o Terra Lume 2015

Terra Lume termina com duas atividades gratuitas em Campinas

Terra Lume, o planeta do teatro, o chão da criação, o alimento da arte imortal. A programação do Terra Lume 2015, promoção do grupo Lume, de Campinas, está terminando, com duas atividades gratuitas, respeitada a distribuição de senhas. Neste domingo, 22 de fevereiro, a partir das 18h30, Demonstração Técnica “Não tem flor quadrada”, de Naomi Silman, e amanhã, segunda, às 20 horas, Aula-Espetáculo “SerEstando Mulheres”, de Ana Cristina Colla, ambas na sede do Lume Teatro (rua Carlos Diniz Leitão, 150, Vila Santa Isabel, Barão Geraldo).

Em sua Demonstração Técnica, a atriz-pesquisadora apresenta a sua trajetória na criação de uma técnica pessoal de representação. Trata-se, segundo a própria artista, de um confronto intransferível do(a) ator/atriz consigo mesmo/mesma, no âmbito de suas específicas dificuldades e facilidades com o trabalho prático.

“Não tem flor quadrada” também espelha o contato do(a) ator/atriz com vários elementos e princípios técnicos do treinamento corpóreo. E, também, propõe a criação de repertórios de matrizes corporais, vocais e sensoriais e, em seguida, o trabalho de improvisação e criação para a cena.

Em “SerEstando Mulheres”, Ana Cristina Colla faz um percurso por seus mais de 20 anos de pesquisa junto ao Lume Teatro narrando, através do corpo, personagens femininas que representou ao longo de sua trajetória.

Como preparação/laboratório para este trabalho, a atriz visitou pessoas, cidades, mestres, recantos. Entre encontros e confrontos, foi depurando seu fazer teatral, passando pela metodologia teatral mímesis e da técnica oriental do butoh.

BUTOH, OUSADIA DE CRIAR

Difundido no pós-Segunda Guerra Mundial por Tatsumi Hijikata e Kazuo Ohno, o butoh ou butô é uma proposta ousada de diálogo entre as culturas oriental e ocidental. Apresenta o legado do teatro/dança orientais, como o Nô e o Bugaku, em conversa com o experimentalismo e a vanguarda europeus, sobretudo as correntes surrealista, construtivista, expressionista e cubista.

Arte em movimento, a síntese de pensamentos e doutrinas universais, o butoh busca a essência, o fundo da alma, o ser humano despido de capas protetoras ou nem tanto. Um dedo na ferida libertador.       

O Lume Teatro está completando 30 anos em 2015. Nasceu em 1985, no contexto da redemocratização do país, pela inquietação de artistas como Luís Otávio Burnier, Carlos Simioni e Denise Garcia. Segue a linha experimental e de pesquisa de grandes referências do século 20 no teatro de pesquisa, como Stanislávski, Grotowski, Decroux e Eugenio Barba.

Com o passar dos tempos, o Lume Teatro – Núcleo Interdisciplinar de Pesquisas Teatrais da Unicamp transpôs os muros e cercas da Universidade, para se tornar uma referência internacional em experiência, em ensaio, em busca do novo do teatro. Os intercâmbios com grupos e artistas afins são permanentes. Entre outros, o Lume já dialogou com nomes como   Iben Nagel Rasmussen (Odin Teatret, Dinamarca), Natsu Nakajima (Japão), Teatro de Los Andes (Bolívia), Nani e Leris Colombaioni (Itália), Sue Morrison (Canadá), e Norberto Presta (Argentina).

O Terra Lume é um festival em si, de espetáculos, workshops, palestras, aulas-espetáculos. O Lume se expondo, mostrando seu processo criativo, buscando no contato com o público se inspirar para continuar a trilha de busca de novas linguagens, ampliando o conhecimento humano.

Sobre ASN

Organização sediada em Campinas (SP) de notícias, interpretação e reflexão sobre temas contemporâneos, com foco na defesa dos direitos de cidadania e valorização da qualidade de vida.

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