Em 1902, a cidade de Araras teve o primeiro Dia da Árvore do Brasil, por iniciativa de Alberto Löfgren e João Pedro Cardoso, ligado ao Instituto Agronômico e quer seria depois inspetor do 2º Distrito Agronômico de Campinas. Cardoso inspirou-se no “Arbor Day”, que era promovido desde 1872 nos Estados Unidos. O Dia da Árvore passaria a ser comemorado no Brasil todo dia 21 de setembro, na entrada da Primavera, como um símbolo do renascimento da natureza pós-Inverno.
Partiram de João Pedro Cardoso as denúncias de destruição das matas nativas de São Paulo, em função da expansão das ferrovias e do café no estado. As denúncias foram publicadas na primeira edição da Revista do Centro de Ciências, Letras e Artes (CCLA), neste mesmo ano de 1902. O CCLA havia sido criado no ano anterior, com grande participação de profissionais do Instituto Agronômico. O escritor Coelho Neto, um dos fundadores do CCLA, também apoiou o primeiro “Arbor Day” no Brasil, realizado no dia 7 de junho.
A tradição florestal seria mantida pelo Instituto Agronômico de Campinas ao longo de todo o século 20. No início da década de 1960, pesquisadores do Instituto coordenaram a execução do primeiro levantamento aerofotogramétrico da cobertura florestal do território paulista.
Foram feitas 25 mil fotografias aéreas de cada ponto do território paulista. O levantamento concluiu que, no início da década de 1960, o Estado de São Paulo tinha 3.405.800 hectares de floresta nativa, ou 13,7% do território paulista. Pelo esforço tecnológico e científico desenvolvido, o trabalho chamou a atenção da comunidade científica internacional para a tragédia representada pela destruição de um dos principais patrimônios ambientais da humanidade, a Mata Atlântica, que por uma ocupação inadequada, iniciada pelos colonizadores portugueses, reduziu-se a menos de 10% de sua extensão original, de 1 milhão de quilômetros quadrados.
Os avisos dos cientistas não foram suficientes. A destruição continuou. A Região Metropolitana de Campinas, berço da comemoração do Dia da Árvore no Brasil, tem menos de 5% de vegetação nativa remanescente.