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13º Encontro da Cidadania mostra uma Campinas em ebulição
Grande público em todas as quatro salas no 13º Encontro da Cidadania (Fotos José Pedro Martins)

13º Encontro da Cidadania mostra uma Campinas em ebulição

Uma cidade em ebulição, com diversos grupos sociais professando e praticando ideias em feminismo, meio ambiente, economia solidária e criativa, empreendedorismo social, ativismo digital e cultura. Esta é a Campinas que o 13º Encontro da Cidadania mostrou neste sábado, 7 de novembro, com uma extensa e intensa programação no Ciclo Básico II da Unicamp. O saldo foi o fortalecimento da Rede Minha Campinas, que promoveu o Encontro.

Mais de 20 grupos e organizações sociais apresentaram seus projetos, em quatro salas, batizadas com os nomes de referências afetivas e culturais da cidade: Centro de Convivência, Estação Cultura, Torre do Castelo e Mercadão. Quatro ícones arquitetônicos, ratificando o propósito da Rede Minha Campinas de promover uma releitura da cidade, sob a ótica dos diferentes segmentos que lutam pela inclusão, respeito à diversidade e qualidade de vida.

A mensagem da Rede Minha Campinas, um convite à ação

A mensagem da Rede Minha Campinas, um convite à ação

Direitos humanos em sua mais ampla e contemporânea tradução. Esta foi a síntese da programação oferecida pela Rede Minha Campinas no 13º Encontro da Cidadania. Em suas 12 primeiras edições, o Encontro foi realizado pela Rede CDI – Comitê pela Democratização da Informática.

A Rede Minha Campinas sai mais forte do Encontro, pela aglutinação de grupos com focos distintos, mas com um objetivo comum, o de construir uma cidade justa. E com ideias que apontam para o novo.

Participaram do Encontro, entre outros projetos e ações, o Cursinho Popular Proceu Conhecimento (da Escola Vilagelin), Ação Portelinha (do Centro Promocional Tia Ileide), Juventudes – Uma política em construção (da Rede de Juventudes), Comunidade On Line (do Cepromm – Centro de Promoção para um Mundo Melhor), Mapa da Cultura de Campinas (do Coletivo Revoada), Para onde vai nosso lixo? (da Semente Esperança) e Oficina de Rádio e Blog (do CeCCO – Tear das Artes). Durante o intervalo para almoço, as centenas de participantes do Encontro cantaram e dançaram ao som das músicas críticas da banda Hos Tio. O Centro Social Romilia Maria também apresentou seu grupo de dança.

Lygia Pereira apresenta o projeto CEP 05300

Lygia Pereira apresenta o projeto CEP 05300

Vídeo discute o aborto – Um dos projetos apresentados foi o documentário “CEP 05300″, de um grupo de alunas de Midiologia da Unicamp e que se propõe a discutir o tabu do aborto na sociedade brasileira. “Somos a favor da legalização do aborto. Ele continua acontecendo como sempre e continua proibido para os pobres”, diz Lygia Pereira, integrante do grupo que executou o projeto. As outras integrantes são Adria Meira, Gabriela Orestes e Laura Videira.

Ela conta que a intenção era ouvir mulheres que passaram pela experiência do aborto, enfrentando péssimas condições em função do procedimento ainda ser proibido no país. O grupo de alunas fez várias pesquisas e depois foi a campo, ouvindo mulheres da periferia de São Paulo. Também foram colhidos depoimentos de especialistas e médicos em saúde da mulher. As gravações foram concluídas e o vídeo está em fase de editoração, devendo ser lançado em 2016. Foi aberta uma campanha de financiamento coletivo para conclusão do vídeo, no portal Vaquinhas Online (https://www.vakinha.com.br/vaquinha/cep-05300).

“É preciso discutir o assunto, é uma questão de saúde pública”, defende Lygia. Ela explica que o nome do documentário se refere ao número de abortos estimados no Brasil, identificado por um estudo conduzido pela Universidade de Brasília (UnB) e apoio da Agência Ibope Inteligência e do Ministério da Saúde. A Pesquisa Nacional de Aborto revelou que uma em cada sete brasileiras de 18 a 39 anos fez aborto pelo menos uma vez na vida, o que representaria um contingente de 5,3 milhões de mulheres.

Jovens do CC do Jardim Santa Lúcia: mãos à obra para discutir a crise hídrica

Jovens do CC do Jardim Santa Lúcia: mãos à obra para discutir a crise hídrica

Gestão da crise hídrica – Discutir a crise hídrica que tem afetado muitas regiões do Brasil desde 2014 e como as comunidades podem enfrenta-la. Este é o objetivo do projeto Gestão da Crise Hídrica, conduzido por um grupo de jovens que frequentam o Centro Comunitário do Jardim Santa Lúcia, em Campinas. “Decidimos que era um tema importante, pois afeta a vida de todos”, explicou Julia Santos Gonçalves, integrante do grupo.

Os meninos e meninas são alunos em duas escolas da região, a Escola Estadual Prof.Norberto de Souza Pinto e a Escola Municipal de Ensino Fundamental Padre Emilio Miotti. Outro integrante do grupo, Alan Alexandre conta que os jovens tiveram aulas de gravação e edição no Centro Comunitário e, depois, foram entrevistar lideranças da comunidade sobre a crise hídrica.

A conclusão, segundo o grupo, foi a de que todos podem colaborar com o uso racional da água. “É preciso ter cuidado e não ficar lavando calçada e automóvel”, resume Isabela Sabrina, outra participante do grupo, que apresentou o vídeo pela primeira vez no 13º Encontro da Cidadania. Os jovens agora pretendem divulgar o vídeo em outros espaços, divulgando a mensagem do uso racional da água. Mateus Alves, Gabriela Santos e Everton Gabriel completam o grupo.

Ana Franke discutiu os conceitos da Economia Solidária

Ana Franke discutiu os conceitos da Economia Solidária

Cooperativas e Economia solidária –   Os conceitos de economia solidária foram apresentados no 13º Encontro da Cidadania por Ana Franke, que falou sobre a experiência da Cooperativa Havilá Coleta e Manuseio de Recicláveis. É uma das 15 cooperativas de reciclagem de resíduos de Campinas. Ana Franke é especialista em Economia Solidária pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e voluntária na Cooperativa Havilá.

Além da importância para o meio ambiente, as cooperativas de reciclagem “fazem um importante trabalho de inclusão social, pela geração de renda e emprego”, destacou Ana. Ela citou os conceitos de comércio justo, respeito à diversidade e estímulo à aprendizagem como princípios da Economia Solidária praticados pela Cooperativa Havilá.

Cooperativas, grupos de jovens, entidades sociais, estudantes em vários níveis. Múltiplos agentes sociais, construindo uma cidade mais justa e solidária. O espelho do 13º Encontro da Cidadania, que representou um salto na atuação da Rede Minha Campinas. (Por José Pedro Martins)

Sobre ASN

Organização sediada em Campinas (SP) de notícias, interpretação e reflexão sobre temas contemporâneos, com foco na defesa dos direitos de cidadania e valorização da qualidade de vida.

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