“Como poderei viver, como poderei viver, sem a sua, sem a sua, sem a sua companhia”, cantaram 300 vozes do Coral Integrado FEAC, na noite desta quarta-feira, 2 de dezembro, no Teatro Brasil Kirin do Shopping Iguatemi Campinas, fechando a primeira edição do Festival Cultural FEAC. O verso da imemorial canção popular resume o sentido da iniciativa da FEAC, de reunir em um coral crianças de seis entidades sociais conveniadas.
Este é o quarto ano de apresentação do Coral Integrado FEAC. Como explica a supervisora da iniciativa no Escritório de Projetos da FEAC, Julia Murtinho, entre os propósitos está o de promover o trabalho em equipe e a integração de crianças e jovens de entidades sociais de diferentes regiões da cidade.
“Participar do coral, que se apresenta em um dos principais espaços teatrais de Campinas, contribui muito para a autoestima e para a segurança das crianças. É um momento inesquecível para todos participantes”, diz Julia, enquanto, no palco do Brasil Kirin, o maestro regente do coral em 2015, Ivan Bueno, faz os últimos preparativos, animando os meninos e meninas para o espetáculo de gala.
É uma noite de fato para ser lembrada, mas na realidade o processo dura o ano todo, observa Nadir Aparecida Semenzin Braga, que acompanhou todas as etapas nos quatro anos do Coral Integrado FEAC. Ela lembra que as crianças ensaiam primeiro em suas instituições, com seus respectivos maestros, a partir do repertório definido previamente. Os maestros que atuaram em 2015 foram Bruno Cabral (CPTI Tia Ileide), Ezequiel Santos (Direito de Ser e ADRA – Núcleo Cássia Lasca), Luciana Vieira (Grupo Primavera), Natália Spostes (CPQ Martins – Projeto CEAC) e Priscila Graner (Semente Esperança).
As entidades participantes recebem um kit-ensaio, com partituras e outros materiais necessários. Depois acontecem os ensaios coletivos, juntando as organizações participantes. Nessa fase atua o maestro contratado para reger o Coral Integrado, que em 2015 foi Ivan Bueno.
E o maestro ficou particularmente emocionado com a apresentação na noite desta quarta-feira, 3 de dezembro. Já perto do fim, ele declarou para a plateia: “Essas crianças mostram a possibilidade, a esperança no futuro, desde que instituições como a FEAC acreditem e invistam nelas. A música está acima de todas as classificações que nós fazemos”.
Um momento especialmente marcante foi quando as crianças cantavam uma canção sul-africana, “Siyahamba” (“Caminhando”). Em duas filas, nos lados do palco, desceram em direção à plateia, que “abraçaram” simbolicamente.
Assim, juntos, todos então passaram a cantar um mix de canções populares brasileiras. “Se esta rua, se esta rua fosse minha”, “Olê mulé rendera”, “Sabiá lá na gaiola tem um buraquinho”.
No final, uma canção de natal brasileira. “Nós não temos neve, temos um calor danado”, explicou o maestro Ivan Bueno. Foram nove canções ao todo, com arranjos de Ezequiel Santos e acompanhamento da banda formada por Bruno Cabral, Ezequiel Santos, Luciana Vieira, Natálita Spostes e Osmário Marinho.
E todos saíram emocionados e encantados do Teatro Brasil Kirin, incluindo o seu gerente, Benê Silva. O presidente do Grupo Primavera, Edgar Garbade, acentuou a “enorme motivação” das crianças em participar da iniciativa. Representando o prefeito Jonas Donizette, a primeira-dama, Sandra Ciocci, enfatizou o empenho permanente das entidades envolvidas em aprimorar ano a ano a sua preparação. “Estar no teatro assim é um momento mágico para eles”, resumiu.
A magia se fez música e habitou os corações de todos que compartilharam a noite iluminada pelas vozes da pureza e da esperança. (Por José Pedro Martins)