Doença marcada por muita dor e, ainda, lamentável preconceito, a depressão é um dos principais desafios internacionais na área de saúde emocional e mental, atingindo pelo menos 400 milhões de pessoas, sem falar nos familiares que convivem com a situação, e as perdas econômicas estimadas pelo Banco Mundial (Bird) são de ao menos US$ 800 bilhões ao ano. Preocupados com o agravamento do cenário, em todas as regiões do planeta, o próprio Banco Mundial e a Organização Mundial da Saúde (OMS) vão realizar em abril, em Washington, uma reunião de alto nível para discutir uma estratégia global contra a depressão, que produz angústia, tristeza e também perdas econômicas e para o sistema de saúde. A questão está sendo tratada de forma tão séria, que a reunião acontecerá de forma paralela ao encontro anual de primavera do Banco Mundial, na capital norteamericana.
O Banco Mundial entende que os países não estão preparados para lidar com esse desafio, muitas vezes “invisível” e muitas vezes ignorado. “Apesar de sua enorme carga social, transtornos mentais continuam a ser conduzidos para as sombras por estigma, preconceito, o medo de revelar uma aflição, porque um trabalho pode ser perdido, posição social arruinada, ou simplesmente porque os serviços de saúde e de apoio social não estão disponíveis ou estão fora de chegar para os aflitos e suas famílias”, afirma o Bird, em comunicado sobre o evento com a OMS.
A questão é cada vez mais relevante e levou a OMS a reforçar as atividades relacionadas à depressão no Plano de Ação de Saúde Mental 2013-2020. O Banco Mundial evidencia a importância dessas ações e assinala que, para se atingir plenamente o objetivo de cobertura universal da saúde em todo o mundo, é “fundamental para integrar serviços de prevenção, tratamento e cuidados para distúrbios de saúde mental, juntamente com mecanismos de apoio psicossocial, na prestação de serviços acessíveis e programas de proteção financeiras”. Além disso, assinala o Banco, os líderes na área de saúde precisam identificar “pontos de entrada” em todos os setores para ajudar a combater os fatores sociais e econômicos que contribuem para o aparecimento e perpetuação de distúrbios de saúde mental.
Serão três, complementa o Banco Mundial, os objetivos do encontro de alto nível em abril em Washington: (1) Discutir os investimentos necessários na saúde mental, incluindo a identificação de custo-benefício, intervenções acessíveis e viáveis, a sua integração nas configurações de cuidados comunitários e primários, como parte da realização progressiva da cobertura de saúde universal, e os retornos esperados sobre o investimento em termos de saúde, social e benefícios econômicos. (2) Identificar os pontos de entrada para a ação renovada e de investimento no país, os níveis regionais e globais, incluindo a consideração de mecanismos de financiamento para proteção financeira e social reforçada, bem como o acesso ao serviço expandido. (3) Mobilizar uma coalizão global de ação para a implementação do que for definido.