O vereador Carlão do PT, presidente da Comissão Permanente de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania da Câmara Municipal de Campinas, visitou o Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH), na Unicamp, na manhã desta quinta-feira, dia 10 de março, para registrar o conteúdo ofensivo das pichações de cunho racista ocorridas na instituição e avaliar possíveis ações da CDH. Ele também é autor de Moção de Apelo ao reitor da Unicamp, José Tadeu Jorge, por providências para combater o preconceito racial no campus, aprovada por unanimidade na última sessão da Câmara. Recentemente, a Unicamp divulgou que, neste ano, mais da metade (51,9%) dos estudantes aprovados no vestibular cursaram o ensino médio em escolas públicas. E, desses, 43% são autodeclarados pretos, pardos ou indígenas (PPI), indicando o sucesso da política de cotas na Universidade.
A mais recente demonstração explícita de racismo na Unicamp ocorreu no IFCH, com pichações da frase “White Power” (Força Branca), acompanhada de símbolo da seita Ku Klux Kan (KKK), entre outras que fazem referência ao nazismo de Adolf Hitler. A KKK pregava a “supremacia branca” nos EUA para justificar a violência contra negros, judeus e imigrantes. Na visita, Carlão foi acompanhado por representantes do Movimento Negro e conversou com estudantes, funcionários e jornalistas da imprensa local.
No texto da Moção, o vereador menciona outros casos de racismo na Unicamp nos últimos anos, que chegaram por meio da campanha ‘É Racismo. Não É Um Mal Entendido’, coordenada pelo mandato do vereador. Os casos exemplificados incluem situações envolvendo estudantes haitianos e mulheres negras que usam cabelo ‘Black’ ou com trança. Algumas dessas situações foram confirmadas por estudantes em entrevistas à imprensa durante a visita.
Entre as próximas ações planejadas pelo presidente da CDH estão uma reunião com o Núcleo de Consciência Negra da Unicamp, composta por estudantes e funcionários da universidade, nesta sexta, e outra reunião (a ser marcada) com a Reitoria da Unicamp. “A ideia é tomar conhecimento das providências em andamento e oferecer apoio a ações de combate ao racismo no campus”, explica Carlão. Os outros membros da CDH foram convidados a participar da visita, durante a sessão de quarta-feira, dia 9.
Não há política de cotas na Unicamp. O que há é o PAAIS – Programa de Ação Afirmativa e Inclusão Social.