Campinas viveu um dia de deserto nesta terça-feira, 14 de outubro, com a temperatura batendo o recorde de 37,8 e ações emergenciais da Sanasa para garantir o abastecimento, com carros-pipa, de escolas e bairros. Ontem a empresa municipal de água e esgotos havia reduzido a captação de água no rio Atibaia, que abastece mais de 95% da cidade. Com isso, vários bairros populosos tiveram interrompido o fornecimento de água, levando a população a buscar alternativas. O estado de alerta continua, com a umidade relativa do ar subindo um pouco, com mínima de 16,6%. Ontem chegou a menos de 12%, levando à decretação do estado de emergência.
A situação em Campinas é um dos mais claros exemplos da crise hídrica em São Paulo. Na sexta-feira, dia 10, em audiência pública na Câmara Municipal de Campinas, o presidente da Agência Nacional de Águas (ANA), defendeu que “seja dita toda a verdade”, pelo governo estadual, sobre a gravidade da crise hídrica no estado.
A Sanasa reduziu a captação no Atibaia em função da alta concentração de poluentes no rio, que tem uma vazão muito baixa em relação à média histórica. A captação foi diminuída de 4,1 para 2,8 metros cúbicos por segundo. Entre a noite de sexta-feira, 10 de outubro, e 5 horas de sábado, a captação chegou a 1,6 mil litros de água por segundo.
O rio Atibaia não recebe há meses o volume que normalmente é destinado pelo Sistema Cantareira para a região da bacia do rio Piracicaba. Os reservatórios do Cantareira estão em cerca de 5% de sua capacidade. Médicos têm advertido que a população deve ter cuidado na busca de alternativas de abastecimento, verificando por exemplo a potabilidade da água que adquire.