Uma política pública para acolhimento dos refugiados está em discussão por setores da Prefeitura e da sociedade de Campinas. O objetivo da política municipal será a institucionalização, sistematização e regulamentação do acolhimento aos refugiados, que tendem a aumentar em Campinas e região, em função do incremento dos fluxos migratórios internacionais, decorrente de questões políticas, sociais e ambientais. A Secretaria Municipal de Cidadania, Assistência e Inclusão Social é um dos órgãos que está participando da discussão.
As estimativas das Nações Unidas são de existência de mais de 45 milhões de refugiados no planeta, com tendência a aumentar. O Brasil recebeu 5.256 pedidos de refúgio em 2013, mais do que o dobro dos 2087 de 2012 e quase cinco vezes os 1138 de 2011. E foram concedidos pelo Brasil 649 refúgios em 2013, 199 em 2012 e 124 em 2011.
O ranking das origens dos pedidos de refúgio no Brasil em 2013 é liderado por Bangladesh, com 1837 pedidos. Bangladesh é um país especialmente afetado pelas mudanças climáticas globais. Em seguida apareceram Senegal (961 pedidos), Líbano (320) e Síria (256), estes dois últimos países entre os mais atingidos pelos conflitos políticos no Oriente Médio. O ranking dos pedidos concedidos é liderado pela Síria (284) e seguida pela República Democrática do Congo (106), Colômbia (88) e Paquistão 32).
São Paulo, com 1204, e Paraná, com 1088, são os estados com maiores números de registros de pedidos de refugiados em 2013. Na sequencia apareceram Distrito Federal (745), Rio Grande do Sul (491) e Acre (378).
Campinas é uma cidade que tende a estar cada vez mais internacionalizada, em decorrência de fatores como a ampliação do Aeroporto de Viracopos e de sua importante malha viária.
Um dos mais envolvidos na discussão pela regulamentação de uma política municipal para refugiados é o professor Lino Azevedo Júnior. “É muito importante Campinas ter uma política para refugiados, do ponto de vista humanístico, do acolhimento, etambém para que a cidade se prepare para os fatores associados”, assinala o professor Lino Azevedo Júnior. Uma reunião para avançar o debate sobre o tema acontece na sexta-feira, 17 de outubro, a partir das 14 horas, no Plenarinho da Câmara Municipal de Campinas.