O resgate e a disseminação da memória, a valorização da diversidade e da convivência e a importância de uma mobilidade urbana inclusiva estiveram no centro do terceiro debate promovido pelo Movimento Vida no Centro de Campinas, na noite desta segunda-feira, 27 de outubro, na Estação Cultura. O encontro também discutiu o Projeto de Requalificação da Avenida Francisco Glicério, que está sendo conduzido pela Prefeitura Municipal de Campinas, em uma ação entre várias secretarias, e em parceria com a iniciativa privada. O debate foi transmitido ao vivo pela Socializando Saberes.
Marcelo das Histórias, do coletivo NINA (Núcleo Interdisciplinar de Narradores Orais e Agentes Culturais), destacou a importância do Centro como “visão simbólica da cidade”. Acentuou que o Centro deve ser o espaço por excelência “da convivência, da valorização da diversidade, e não de guetos”. Defendeu, então, ações que promovam aquelas dimensões na região central.
Por sua vez, Mariângela Marini dos Santos Pereira, Analista de Educação Jr na Gerência de Educação e Cidadania da EMDEC, frisou a importância da mobilidade urbana em termos do direito à cidade e como eixo que reconfigura o espaço urbano. Ela defendeu uma mobilidade urbana inclusiva e que dê prioridade ao pedestre em relação ao automóvel. Ela observou que, em uma cidade do porte de Campinas, é necessário o apoio às chamadas novas centralidades, com o oferecimento de serviços próximos do local onde as pessoas moram, para que não tenham que deslocar sempre ao Centro. Entretanto, notou que o Centro sempre terá a sua importância, como território de encontro, de arte e cultura e promoção da cidadania.
Outro debatedor da noite, César Pereira, coordenador em São Paulo do Plano Juventude Viva e Assessor Técnico na Coordenadoria de Projetos Especiais da Secretaria Municipal de Cidadania, Assistência e Inclusão Social, reiterou a urgência da inclusão e do resgate da memória. Ele lembrou que a população negra já teve espaços vetados no Centro de Campinas. César também acentuou a relevância da participação cidadã, nos marcos do que prevê o próprio Estatuto da Cidade. Ele lembrou que o Plano Diretor de Campinas será revisto até 2016, sendo essa uma ocasião histórica e estratégica para novos valores sejam resgatados em relação à ocupação do Centro.
O Movimento Vida no Centro de Campinas congrega várias organizações da sociedade civil e busca soluções para a melhoria da qualidade de vida na região central da cidade. O Movimento Vida no Centro de Campinas tem o apoio da Câmara Municipal e de organizações como Associação Comercial e Industrial de Campinas (ACIC), Associação Campineira de Imprensa (ACI), Clube de Diretores Lojistas (CDL), Conseg-Centro, Associação de Educação do Homem do Amanhã (AEDHA) – Guardinha, ONG Girassonhos/DNA Social, Campinas que Queremos – Observatório Cidadão, Associação Reconvivência e coletivos de cultura Nina, Moinho, UniCult e Rede Usina Geradora.
O Movimento tem reflexões e ações norteadas por documentos e conceitos que expressam importantes avanços civilizatórios, como os das Cidades Educadoras, da Agenda 21, da Carta da Terra, da Declaração Universal dos Direitos Humanos, da Convenção sobre a Proteção do Patrimônio Mundial, Cultural e Natural (Carta de Paris), dos conceitos de Cultura Viva e Economia Criativa. O primeiro debate, no início de agosto, versou sobre Patrimônio Histórico e Gastronomia. O segundo, em setembro, foi sobre Economia e Educação.