O Brasil, que acaba de reeleger Dilma Rousseff presidente da República, é apenas o 71º em termos de igualdade de gênero, segundo um relatório do Fórum Econômico Mundial divulgado nesta terça-feira, 28 de outubro. O relatório contempla o Índice Global de Desigualdade de Gênero, que mede o tamanho das desigualdades de gênero e monitora o seu progresso ao longo do tempo. O Índice mensura as lacunas relativas entre homens e mulheres em quatro áreas-chave: saúde, educação, economia e política.
A pontuação máxima possível de um país, para compor o Índice, é de 1 (igualdade) e a menor pontuação possível é 0 (desigualdade), considerando os quatro indicadores. Nestes termos, o país colocado em primeiro lugar no ranking, e portanto aquele que teria mais igualdade, é a Islândia, com 0.8594. Em segundo, Finlândia (0.8453). A Noruega é o terceiro (0.8374) e Suécia é o quarto (0.8165) e a Dinamarca, o quinto (0.8025).
Duas grandes (aparentes) surpresas, o sexto lugar é ocupado pela Nicarágua (0.7894) e o sétimo por Ruanda (0.7854), dois países saídos de guerras civis e que ainda enfrentam grandes dificuldades em grandes áreas, mas que, pelos indicadores considerados, zela pela igualdade de gênero.
Em 71º lugar, com uma marca de 0.694, o Brasil está atrás de 13 países da América Latina e Caribe. Pelos critérios do Índice, o Brasil, na área de Participação e Oportunidades Econômicas, ocupa o 1º lugar no ranking no quesito Técnico e Profissional, mas é apenas o 81º em Participação na Força de Trabalho e 124º em Igualdade Salarial para Trabalhos Similares.
Na dimensão Educacional, o Brasil ocupa o primeiro lugar do ranking em quatro quesitos: Taxa de Alfabetização, Matrícula na Educação Primária, Secundária e Universitária (sempre considerando a igualdade de gênero). Na dimensão Saúde e Sobrevivência, o Brasil também é primeiro colocado, em Proporção entre os Sexos no Nascimento e Expectativa de Vida (mulheres em relação a homens).
Na dimensão Poder Político, novos baixos desempenhos, o que ajuda a explicar o 71º lugar do país no ranking geral. O Brasil é apenas 29º em Anos com Mulheres como Chefe de Estado, 41º em Mulheres com Posição Ministerial e 123º em Mulheres no Parlamento.
O 71º lugar ocupado pelo Brasil no Índice Global de Desigualdade de Gênero de 2014 representa uma queda de nove posições em relação a 2012 e 2013, segundo o Fórum Econômico Mundial.