O Centro de Ciências, Letras e Artes (CCLA), de Campinas, comemora 113 anos de atividades a serviço da cultura brasileira nesta sexta-feira, dia 31 de outubro. A data será marcada com um recital dos vencedores do “VII Concurso Estimulo para Jovens Cantores Líricos”, uma iniciativa em parceria entre o CCLA e a Secretaria Municipal de Cultura de Campinas. A cerimônia acontece a partir das 20 horas, na sede do Centro de Ciências, Letras e Artes (rua Bernardino de Campos, 989 – Centro).
O evento será aberto pelo presidente do CCLA, Marino Ziggiatti, e com o Hino Nacional. Em seguida a oradora da noite, Dra.Lenita Waldige Mendes Nogueira, curadora do Museu Carlos Gomes, fala sobre o “CCLA – 113 anos a serviço da cultura”, uma narrativa da história da instituição.
A última parte da cerimônia está reservada ao recital dos vencedores do “VII Concurso Estímulo para Jovens Cantores Líricos”, de 2014, com os premiados: Melhor Voz Masculina – Jorge Luiz Trabanco Alves Filho – Tenor; Melhor Voz Feminina – Ana Carolina Marchi – Soprano; Melhor Intérprete de Carlos Gomes – Denis Ribeiro de Carvalho – Tenor; Melhor Intérprete de Canção de Câmara de C.Gomes – Camilo Calandreli – Baixo; Cantora Voz Revelação – Karen Stephanie Oliveira da Silva – Soprano.
Após o recital acontece a entrega dos prêmios aos vencedores no concurso de 2014 e a cerimônia é encerrada com Coquetel de Confraternização.
O Centro de Ciências, Letras e Artes é uma entidade cultural particular e sem fins lucrativos, fundada em 31 de outubro de 1901, na cidade de Campinas, por um grupo de cientistas, artistas e intelectuais que decidiram criar uma instituição em que pudessem se reunir para o estudo e a produção de atividades científicas e artísticas. O pioneirismo da ideia, notável em termos do Brasil do século passado, e a conciliação com os ideais positivistas e republicanos vigentes no período, ressaltam a importância da cidade de Campinas naquele momento.
Participaram da criação do CCLA o advogado João César Bueno Bierrenbach, idealizador da iniciativa; o escritor Henrique Maximiano Coelho Netto, membro da Academia Brasileira de Letras e catedrático de Literatura do Ginásio de Campinas (Colégio Culto à Ciência); Jorge de Miranda, ex-senador de São Paulo e diretor do Ginásio de Campinas; e Conselheiro Leôncio de Carvalho, ex-ministro do Império e primeiro presidente do CCLA.
O CCLA conta hoje com uma biblioteca de 150.000 volumes, uma Pinacoteca e dois museus, dedicados ao Maestro Carlos Gomes e a Campos Sales. Conta também com galeria de arte, Sala de Leitura, Vitrine Cultural e Auditório para 220 pessoas. O auditório já cedeu seu palco para espetáculos como o Monólogo de Procópio Ferreira e para a apresentação de artistas como Regina Duarte, entre outros de repercussão nacional e internacional.
A primeira exposição futurista no Brasil, de Lasar Segall, fora de São Paulo, aconteceu no CCLA, onde permanece uma de suas obras, doada pelo pintor na ocasião. No Centro também houve a correção de “Os Sertões”, de Euclides da Cunha, obra seminal na literatura brasileira. Na década de 1950 o Centro de Ciências, Letras e Artes criou o primeiro cineclube de Campinas.
Um ano depois de sua criação, o CCLA lançou em 1902 a sua revista e o tema central foi “A devastação das matas”. Já era uma advertência sobre o ritmo da destruição das florestas de São Paulo, a partir dos estudos de membros do Instituto Agronômico, que participaram ativamente da fundação do CCLA. Mais um sinal de como o Centro sempre esteve afinado com os grandes temas. Essa marca permanece hoje, 113 anos depois da fundação da instituição.