Em um mês o número de casos confirmados de Febre Chikungunya aumentou em dez vezes no Brasil. É cada vez maior o temor de que a doença chegue aos grandes centros urbanos, como os de São Paulo e outros estados da Região Sudeste.
Nesta sexta-feira, 31 de outubro, o Ministério da Saúde confirmou que, até o dia 25 de outubro, foram registrados 828 casos de Febre Chikungunya no Brasil, mais de dez vezes os 79 confirmados até 27 de setembro. Dos 828, são 155 confirmados por critério laboratorial e 673 por critério clínico-epidemiológico. Do total, são 39 casos importados de pessoas que viajaram para países com transmissão da doença, como República Dominicana, Haiti, Venezuela, Ilhas do Caribe e Guiana Francesa. Com 17 casos, o estado de São Paulo tem o maior número de casos importados.
Ainda segundo o Ministério, outros 789 casos foram diagnosticados em pessoas sem registro de viagem internacional para países onde a transmissão acontece. Destes casos autóctones, 330 foram identificados no município de Oiapoque (AP), 371 em Feira de Santana (BA), 82 em Riachão do Jacuípe (BA), dois em Salvador (BA), um em Alagoinhas (BA), um em Cachoeira (BA), um em Amélia Rodrigues/BA e um em Matozinhos (MG).
As Américas vivem uma inquietante ascenção da Febre Chikungunya desde dezembro de 2013, quando foi confirmada a transmissão autóctone do vírus no continente. Até o dia 10 de outubro, já tinham sido registrados 748.403 casos suspeitos nas Américas, e confirmados 11.549, com 141 mortes.
A evolução da doença é ainda mais preocupante, considerando o panorama mundial. Desde 2004 o vírus havia sido identificado em 19 países. o dia 29 de agosto de 2014, a Organização Panamericana da Saúde (OPAS), ligada à Organização Mundial da Saúde (OMS), divulgou um alerta epidemiológico, diante da iminência do crescimento do número de casos, sobretudo na América Central, Caribe e América do Sul.
Na ocasião, a OPAS/OMS alertou para a situação epidemiológica provocada pela “temporada de maior transmissão de dengue e a introdução do vírus Chikungunya na região”, o que requer “integrar esforços para a prevenção e o controle de ambas enfermidades”. A rápida disseminação do vírus Chikungunya documentada em alguns países das Américas “p0de somar-se à ocorrência simultânea de casos ou surtos de dengue”.
No comunicado do alerta epidemiológico, a OPAS/OMS fez recomendações às autoridades sanitárias de todo continente, considerando três cenários, relacionando dengue e Febre Chikungunya. Isto porque a Febre Chikungunya é uma doença provocada por vírus do gênero Alphavirus, transmitida por mosquitos do gênero Aedes, dos quais o Aedes Aegypti (transmissor da dengue, recorrente em várias regiões do Brasil) e o Aedes Albopictus são os principais vetores.
As recomendações da OPAS/OMS consideravam os cenários: I – Sem evidência de transmissão de Chikungunya e com transmissão de dengue; II – Com evidência de transmissão de Chikungunya e com atual transmissão de dengue; III – Com surtos concomitantes de Chikungunya e dengue.
Os sintomas da Febre Chikungunya são febre alta, dor muscular e nas articulações, cefaleia e exantema, geralmente durando de três a 10 dias. A OPAS/OMS afirma que a letalidade da Chikungunya é rara, sendo menos frequente que nos casos de dengue.
Até esta sexta-feira, 31 de outubro, o Ministério da Saúde promoveu o Levantamento Rápido do Índice de Infestação de Aedes aegypti (LIRAa ). O propósito da medida é identificar as larvas dos mosquitos Aedes Aegypti e Aedes Albopictus, onde estão os focos e os depósitos de água onde foi identificado o maior número de focos de mosquito.