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Poluição do ar em Piracicaba e Jundiaí chega a ser maior do que na Grande São Paulo
Rio Piracicaba está com menos de um quinto da média histórica do mês (Foto José Pedro Martins)

Poluição do ar em Piracicaba e Jundiaí chega a ser maior do que na Grande São Paulo

A emissão de alguns poluentes atmosféricos em Piracicaba e Jundiaí foi superior à verificada na Grande São Paulo em 2012, último ano da série histórica considerada na primeira edição do Diagnóstico da rede de monitoramento da qualidade do ar no Brasil, uma publicação do Instituto de Energia e Meio Ambiente (IEMA). O Diagnóstico foi incluído na Plataforma da Qualidade do Ar, iniciativa do IEMA que entrou on line neste sábado, 03 de outubro.

O Diagnóstico abrange as emissões de vários poluentes atmosféricos entre 2000 e 2012, mensurados pelas nove redes estaduais de monitoramento com medições regulares no país. O estudo mostrou que a emissão máxima em 24 horas de Partículas Inaláveis (MP10) em Piracicaba foi de 186 µg/m3 em 2012, contra a emissão máxima de 145 µg/m3 na estação Marginal Tietê-Ponte dos Remédios no mesmo ano.  A emissão em Piracicaba superou o padrão nacional primário e secundário, de 150 µg/m3 , e ficou muito acima do recomendável pela Organização Mundial da Saúde (OMS), de 50 µg/m3.

O mesmo estudo mostrou que, em 2012, a emissão máxima em 24 horas de Ozônio (O3) chegou a 325 µg/m3 em Jundiaí em 2012, mais do que o dobro do padrão nacional primário e secundário, de 160 µg/m3. A emissão máxima de ozônio em 24 horas chegou a 324 µg/m3 em Mauá no mesmo ano.

As médias de emissões na maioria dos poluentes é muito maior na Grande São Paulo do que no restante do território paulista. Entretanto, as máximas em Partículas Inaláveis e Ozônio em Piracicaba e Jundiaí confirmam o expressivo potencial de geração de poluentes atmosféricos também no interior de São Paulo.

Desafio para a saúde pública no estado. Como explica o IEMA, as Partículas Inaláveis podem ser definidas de maneira simplificada “como aquelas cujo diâmetro aerodinâmico é menor que 10 µm. Dependendo da distribuição de tamanho na faixa de 0 a 10 µm, podem ficar retidas na parte superior do sistema respiratório ou penetrar mais profundamente, alcançando os alvéolos pulmonares”. O ozônio (03), por sua vez, é um poluente secundário, não é emitido diretamente por uma fonte. Ele é encontrado na baixa atmosfera como resultado “de reações químicas complexas que acontecem entre o dióxido de nitrogênio e compostos orgânicos voláteis, na presença de radiação solar”, explica o IEMA.

O Instituto observa que, na alta atmosfera (estratosfera), o ozônio é benéfico, por proteger a superfície terrestre das radiações solares ultravioletas. Na baixa atmosfera (troposfera), o ozônio pode ser muito prejudicial à saúde. “Entre os efeitos à saúde estão o agravamento dos sintomas de asma, de deficiência respiratória, bem como de outras doenças pulmonares (enfisemas, bronquites, etc.) e cardiovasculares (arteriosclerose). Longo tempo de exposição pode ocasionar redução na capacidade pulmonar, desenvolvimento de asma e redução na expectativa de vida”, alerta o IEMA. (Por José Pedro Martins)

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