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Emissão de poluentes na Região Metropolitana de Campinas chega ao triplo do que recomenda a OMS
Emissão de poluentes atmosféricos prejudiciais à saúde na RMC é inquietante (Foto Adriano Rosa)

Emissão de poluentes na Região Metropolitana de Campinas chega ao triplo do que recomenda a OMS

A emissão de alguns poluentes atmosféricos na Região Metropolitana de Campinas (RMC) chega ao triplo do que recomenda a Organização Mundial da Saúde (OMS). Chega a três vezes mais, portanto, do que é considerado aceitável para a proteção da saúde e prevenção de muitas doenças. Os dados que confirmam esse cenário inquietante estão na primeira edição do Diagnóstico da rede de monitoramento da qualidade do ar no Brasil, uma publicação do Instituto de Energia e Meio Ambiente (IEMA). O Diagnóstico foi incluído na Plataforma da Qualidade do Ar, iniciativa do IEMA que entrou on line neste sábado, 03 de outubro.

O Diagnóstico abrange as emissões de vários poluentes atmosféricos entre 2000 e 2012, mensurados pelas nove redes estaduais de monitoramento com medições regulares no país. O estudo mostrou que a emissão máxima em 24 horas de Partículas Inaláveis (MP10) na RMC sempre foi superior nesse período ao recomendável pela OMS, de 50 µg/m3. Em 2010, chegou a 148 µg/m3 em Paulínia. Em 2012, último ano da série histórica considerada no Diagnóstico, a emissão máxima em 24 hs de Partículas Inaláveis chegou a 138 e 132 µg/m3 nas duas estações de monitoramento existentes em Paulínia, e a 99 µg/m3 em Campinas e Americana.

Como explica o IEMA, as Partículas Inaláveis podem ser definidas de maneira simplificada “como aquelas cujo diâmetro aerodinâmico é menor que 10 µm. Dependendo da distribuição de tamanho na faixa de 0 a 10 µm, podem ficar retidas na parte superior do sistema respiratório ou penetrar mais profundamente, alcançando os alvéolos pulmonares”.

Do mesmo modo, a emissão máxima horária de ozônio (O3) na Região Metropolitana de Campinas entre 2000 e 2012 foi muito acima do indicado no Padrão nacional primário e secundário, que é de 160 µg/m3 (muito abaixo do que recomenda a OMS). Em 2012, último ano da série histórica incluída no Diagnóstico, a emissão chegou a 251 e 216 µg/m3 nas duas estações de medição em Paulínia, e a 198 µg/m3 em Americana.

O ozônio (03) é um poluente secundário, não é emitido diretamente por uma fonte. Ele é encontrado na baixa atmosfera como resultado “de reações químicas complexas que acontecem entre o dióxido de nitrogênio e compostos orgânicos voláteis, na presença de radiação solar”, explica o IEMA. O Instituto observa que, na alta atmosfera (estratosfera), o ozônio é benéfico, por proteger a superfície terrestre das radiações solares ultravioletas. Na baixa atmosfera (troposfera), o ozônio pode ser muito prejudicial à saúde.

“Entre os efeitos à saúde estão o agravamento dos sintomas de asma, de deficiência respiratória, bem como de outras doenças pulmonares (enfisemas, bronquites, etc.) e cardiovasculares (arteriosclerose). Longo tempo de exposição pode ocasionar redução na capacidade pulmonar, desenvolvimento de asma e redução na expectativa de vida”, alerta o IEMA. (Por José Pedro Martins) 

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