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Unicamp debate hidrogênio e células a combustível contra mudanças climáticas
Sistema Cantareira quase seco: eventos climáticos extremos cada vez mais frequentes (Foto Adriano Rosa)

Unicamp debate hidrogênio e células a combustível contra mudanças climáticas

Dois dias depois que o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) divulgou o seu quinto relatório, com previsões mais do que alarmantes para o planeta, a Unicamp sedia, nestes dias 4 e 5 de novembro, o o 7º Workshop Internacional sobre Hidrogênio e Células a Combustível e 1º Seminário sobre Energia e Sustentabilidade (WICaC-SES 2014). Durante o evento haverá ainda o pré-lançamento do livro “Fontes Renováveis de Energia”, do Professor do Instituto de Física da Unicamp, Ennio Peres da Silva, um dos maiores especialistas mundiais em energia do hidrogênio.

O sucesso e a repercussão das edições anteriores do Workshop ratificam a importância e relevância da realização da sua sétima edição, em um momento em que o planeta aprofunda o debate sobre fontes alternativas de energia. A novidade para este ano está na parceria que foi estabelecida com o Instituto Aqua Genesis, organização não governamental atuante na promoção do uso do hidrogênio como combustível limpo.

O Instituto será o responsável pelo lançamento da primeira edição do Seminário sobre Energia e Sustentabilidade, trazendo ao evento debates pertinentes no quesito mudanças climáticas. O objetivo dessa parceria é trazer à tona discussões sobre a redução das emissões emissões de gases de efeito-estufa. Está prevista a participação de 15 conferencistas nacionais e internacionais, a apresentação de trabalhos técnicos na forma de pôsteres, além de um minicurso que vai tratar da temática “Energia e Sustentabilidade”. O evento é voltado para pesquisadores, docentes, estudantes de graduação e pós-graduação, representantes de empresas e governo.

O professor Ennio Peres da Silva conduz há anos pesquisas sobre o uso da energia do hidrogênio e outras fontes alternativas de energia. No livro que ele lança durante o Worksho, Peres apresenta um panorama geral do potencial e das tecnologias disponíveis para o aproveitamento das fontes renováveis de energia, enfatizando os aspectos ambientais. Maior destaque foi dado à participação das fontes renováveis na matriz energética brasileira, procurando contribuir para o debate da questão energética nacional.

Desde 1973, o ano do choque do petróleo que abalou a economia mundial, a matriz energética brasileira se tornou mais “suja”, com maior presença de combustíveis fósseis. Ainda assim, depois de quatro décadas a matriz energética do Brasil é quatro vezes mais “limpa” do que a média mundial. Os dados estão no relatório Energia no Mundo – Matrizes Energéticas – Matrizes Elétricas 2012-2013, que acaba de ser publicado pelo Ministério das Minas e Energia (MME), como a Agência Social de Notícias informou. ( http://agenciasn.com.br/arquivos/942)

Segundo o documento, o conjunto de energias renováveis (hidráulica e outras) somou 41% da matriz energética em 2013, contra 50,9% em 1973. Nesse período a matriz energética ficou, portanto, mais “suja”, pelo aumento da presença de combustíveis fósseis, e principalmente do gás, que ampliou sua proporção de 0,4% para 12,8%, e do carvão, com crescimento de 3,1% para 5,6%.

A participação do óleo diminuiu de 45,6% para 39,3% e nesse período foi adicionada a energia nuclear, que hoje representa 1,3% da matriz energética. Além dos 12,5% da energia hidráulica na matriz energética em 2013, o grupo das renováveis somou os 16,1% de produtos da cana, 8,3% de lenha e carvão e 4,2% de biodiesel e outros. Já a matriz energética mundial era composta por 13,5% de renováveis em 2012, somando-se os 2,4% de energia hidráulica e 11,1% de outras (solar, eólica e outras).

O incremento do uso de energias fósseis foi justamente o motivo apontado pelo IPCC para o agravamento das mudanças climáticas. O quinto relatório do IPCC foi divulgado no domingo, dia 02 de novembro, em Copenhagen, na Dinamarca. (http://agenciasn.com.br/arquivos/988)

Sobre José Pedro Soares Martins

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