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Água: risco de colapso leva Alckmin a pedir apoio a Dilma para obras nas regiões de Campinas e São Paulo
Sistema Cantareira quase seco: situação dramática na região mais populosa do país (Foto Adriano Rosa)

Água: risco de colapso leva Alckmin a pedir apoio a Dilma para obras nas regiões de Campinas e São Paulo

O governador Geraldo Alckmin pediu nesta segunda-feira, 10 de novembro, em reunião com a presidente Dilma Rousseff, apoio do governo federal a oito grandes obras emergenciais destinadas a atenuar a crise hídrica no estado, quatro beneficiando a região de Campinas e quatro a Região Metropolitana de São Paulo. Um grupo de trabalho com representantes dos governos federal e estadual dará prosseguimento às tratativas. O conjunto de obras propostas pelo governador paulista está estimado em R$ 3,5 bilhões. Uma das obras, particularmente, a da adutora conectando os rios Atibaia e Jaguari, é o reconhecimento oficial da gravidade da situação do abastecimento da região de Campinas. A ameaça ao abastecimento e ao futuro da economia da região mais populosa e rica do país levou ao encontro entre os dois líderes, que saíram consagrados recentemente das urnas, em polos partidários opostos.

A construção das barragens de Pedreira e Duas Pontes, a instalação de um sistema adutor regional para as bacias dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ), uma adutora emergencial ligando os rios Atibaia-Jaguari (para assegurar a continuidade do abastecimento especificamente de Campinas) e até a perfuração de 24 poços na área do Aquífero Guarani, para reforçar o abastecimento na área do PCJ, são as quatro grandes obras para a região de Campinas.

As obras voltadas para o abastecimento da RMSP, na bacia do Alto Tietê, são a conexão dos reservatórios Atibainha (do Sistema Cantareira) e Jaguari, no rio Paraíba do Sul (significando mais uma transposição e bacias); a construção de duas estações de água de reuso para fortalecer os sistemas Baixo Cotia e Guarapiranga; e a interligação do rio Pequeno com a represa Billings no reservatório do Rio Grande.

Do conjunto de obras propostas, a que está mais avançada em termos de projeto é a da construção das barragens de Pedreira, no rio Jaguari, e Duas Pontes, no Camanducaia. Entendimentos relacionados à ampliação da captação para a Refinaria de Paulínia já haviam possibilitado estudos iniciais para a construção das barragens de Pedreira e Duas Pontes. A construção das duas represas acabou incluída no Plano Diretor de Aproveitamento de Recursos Hídricos para a Macrometrópole Paulista, elaborado para indicar alternativas de abastecimento nessa região mas, essencialmente, para dar novas alternativas de abastecimento para a Grande São Paulo, aliviando as pressões sobre o Cantareira.

Diante do agravamento da estiagem, o governo paulista acelerou os estudos para a construção das duas barragens. No dia 11 de fevereiro, a declaração de utilidade pública, para fins de desapropriação, de imóveis localizados em Campinas, Pedreira e Amparo, visando a construção das duas barragens, foi objeto de decreto do governo estadual. No final de setembro, foi autorizada a contratação da empresa que fará o levantamento cadastral e avaliação mercadológica dos imóveis que serão desapropriados para a implantação das barragens de Pedreira e Duas Pontes. Duas audiências públicas já foram realizadas sobre os projetos, a última delas no dia 13 de outubro, em Campinas. As duas barragens estão projetadas para armazenar cerca de 7 metros cúbicos por segundo de reforço no abastecimento da região das bacias dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ).

Guarani – A possibilidade de uso do Aquifero Guarani para abastecer as áreas mais populosas de São Paulo ainda era uma hipótese remota, mas a gravidade da crise hídrica atual levou a essa alternativa. Estudos feitos por geólogos da Universidade de São Paulo já apontavam para a possibilidade de escavação de 24 poços na região de Itirapina, de onde a água seria transportada para a região de Piracicaba, atenuando as pressões sobre o Sistema Cantareira. Agora essa hipótese é incluída no pacote hídrico proposto pelo governador Alckmin à presidente Dilma.

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