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IBGE faz mapeamento da agressividade climática na Amazônia Legal
Mapa divulgado neste dia 17 de novembro pelo IBGE, sobre potencial de agressividade climática na Amazônia

IBGE faz mapeamento da agressividade climática na Amazônia Legal

Noroeste do Amazonas, áreas centrais do Mato Grosso próximas a Cuiabá, entornos de Boa Vista (RR) e Palmas (TO) e boa parte do Maranhão. Estas são as áreas de maior potencial de agressividade climática na Amazônia Legal, de acordo com mapa divulgado nesta segunda-feira, 17 de novembro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). As áreas de maior potencial de agressividade climática no Mato Grosso, Tocantins e Maranhão coincidem com os territórios destes estados incluídos no chamado Arco do Desmatamento. Os espaços que compõem o Arco são aqueles de avanço da fronteira agrícola e onde estão os maiores índices de desmatamento na Amazônia Legal. A identificação das áreas de maior potencial de agressividade climática contribuirá para políticas públicas que ajudem na melhoria das condições ambientais nesses espaços.

Para desenhar o mapa do Potencial de Agressividade Climática na Amazônia Legal, foram utilizados dados levantados em 326 estações meteorológicas, coletados durante três décadas (1960 a 1990), além de informações da Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (Sudam) e do próprio IBGE. O mapa faz parte dos estudos derivados do Diagnóstico Ambiental da Amazônia Legal.

O mapa foi composto, então, conjugando-se as variáveis climáticas, ajustadas às características de relevo e da cobertura vegetal da Amazônia Legal, que ameniza os efeitos do clima. Sem essa cobertura, o potencial de agressividade climática torna-se maior, com maiores impactos para a população local e para o próprio meio ambiente.

Com base na integração e análise de todas as variáveis, foram estabelecidas três grandes classes de agressividade (alta, média e baixa), subdivididas em níveis (fatores), segundo a combinação dos elementos: índice de concentração de chuvas; números de meses com excesso, número de meses com deficiência e totais médios anuais de chuva.

A divulgação do mapa de Potencial de Agressividade Climática na Amazônia Legal ocorre no momento em que o governo brasileiro está intensificando as medidas para interromper a retomada – verificada nos últimos monitoramentos – do desmatamento na Amazônia. No último dia 7 de novembro, foi anunciado, por exemplo, foi anunciado um acordo de cooperação entre o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), visando o aperfeiçoamento das ações de detecção de degradação da vegetação na Amazônia e que aumentará a efetividade das ações de combate ao desmatamento na região, através da integração entre os órgãos.

Na oportunidade foi anunciado o novo Sistema de Detecção do Desmatamento em Tempo Real, o Deter B, cujos dados serão disponibilizados trimestralmente, em fevereiro, maio, agosto e novembro de 2015. Segundo o Ministério do Meio Ambiente, o novo sistema fará com maior precisão o monitoramento da Amazônia. Com o Deter B, será possível enxergar áreas de até 6,25 hectares onde houve mudança de paisagem. Antes, o sistema identificava áreas de, no mínimo, 25 hectares.

 

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