Nos deixou na noite da última quinta-feira , 28 de março, a ilustradora Mariza Dias Costa, uma das mais importantes e influentes artistas da imprensa brasileira. Trabalhou para O Pasquim e também para a Folha de S. Paulo, onde seus desenhos estamparam as colunas Diário da Corte, de Paulo Francis, de 1978 a 1990 e as ou colunas do psicanalista Contardo Calligaris, de 1999 até a última quinta-feira.
Nascida na Guatemala , em 1952, filha de diplomata, Mariza sempre incendiou as páginas com seu traço violento, irônico e incomparável. Seus trabalhos, retratando figuras disformes são considerados inovadores na imprensa brasileira, mesclando nanquim ao xerox e incluindo em seus desenhos, impressões que davam errado e que ela buscava no lixo. Segundo o amigo e ilustrador Orlando Pedroso “Mariza desenhavam-se que nem homem, com imagens violentas, olhos saltando e coisas explodindo.”
No ano de 2017, ela foi homenageada no 44º Salão Internacional de Humor de Piracicaba, com a exposição “…E Depois a Maluca Sou Eu”, com reproduções e originais de ilustrações de toda a sua carreira. Na exposição em Piracicaba, a artista apresentou boa parte do trabalho que reuniu em seu livro de mesmo nome, um apanhado de quase 40 anos de trabalho, organizado com o auxílio do amigo Orlando Pedroso. “Sempre quis ver tudo reunido, pois você acaba perdendo a noção conjunta de seu próprio trabalho”, afirmou Mariza em entrevista à Folha, na época.
Mariza já morou em vários países e falava cinco línguas incluindo árabe, russo e grego. Ela deixará, além de um magnífico acervo, muitas saudades.