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Viola na estrada: Piracicaba fecha neste sábado turnê do 4 Cantos
4 Cantos: paixão pela estrada, a bordo da viola (Fotos Adriano Rosa)

Viola na estrada: Piracicaba fecha neste sábado turnê do 4 Cantos

“Por canto, serra, chuva e cheiro do mato/ Me abandono pelo estradão (…)” Os versos de Veneno Viola, parceria de Cláudio Lacerda e Ighor Aguila, definem a turnê do 4 Cantos pela região, começando por Santa Bárbara D´Oeste e terminando, ontem e hoje, 13 de dezembro, em Piracicaba. O próprio Cláudio Lacerda, e mais os parceiros Luiz Salgado, Rodrigo Zanc e Wilson Teixeira se apresentam a partir das 20 horas na área de lazer da avenida Adelmo Cavagione, em Santa Terezinha.

Quatro biografias, quatro origens, mas a mesma paixão pela viola, pela estrada que une, aproxima, reinventa o canto da música de raiz.  Cláudio Lacerda é de São Paulo e, descendente de mineiros, sempre teve um pé na música de raiz. Paixão/vocação consolidada durante sua graduação em Zootecnia em Botucatu, um dos berços da legítima música caipira paulista. “Cada passo nessa estrada, eu sigo sem saber/ Deus mostra o caminho, mas quem caminha é você”, diz o cantor-compositor em Caminhador (com Zé Paulo Medeiros)

Bate papo com viola e cantoria no Centro Cultural e Biblioteca "Léo Sallum" em Santa Barbara D´Oeste

Bate papo com viola e cantoria no Centro Cultural e
Biblioteca “Léo Sallum” em Santa Barbara D´Oeste

A estrada continua com o cantor e compositor araraquarense Rodrigo Zanc, atualmente residindo em São Carlos. A conversa entre o rural e o urbano sempre o seduziu, e por isso mesmo anda preocupado com o que tem acontecido com as coisas da natureza. “Quando vejo a sua água,/ Que de pura não tem nada;/  Sinto uma tristeza e junto à correnteza,/  Corre minha lágrima”, ele canta, em Rios. Mas ele tem fé: “O rio vai reviver./ Ver a chuva, ver a cheia, ver levante de barreira”.

Nascido em Avaré, Wilson Teixeira também cresceu com o cheiro do campo, com o encanto da viola, influência que veio do pai, o jornalista Wilson Ogunhê. Estudou quatro anos de piano e a múltipla formação está na base de sua música. E sempre a estrada e suas possibilidades, sua promessa de liberdade. “Não arrepare se vivo na estrada/  Procurando razão pra viver/  A poeira que arde nos olhos é poesia que a gente não vê”, ele conta, em Canção de estrada.

Bate papo no Centro Cultural Zazá, em Piracicaba

Bate papo no Centro Cultural Zazá, em Piracicaba

O mineiro de Patos de Minas Luiz Salgado, nem precisa dizer, também nasceu e cresceu com o gosto da terra na boca e na alma. Ama particularmente o Cerrado e seus moradores. “O Cerrado é seu império/ Bela ave de rapina/ Avoar é sua sina/ Então avoa, carcará”, ele exalta, em Carcará, guardião do Cerrado.

E pelas asas da viola os artistas do 4 Cantos voaram pelas estradas da região, fechando hoje à noite no distrito de Santa Terezinha, em Piracicaba. O projeto 4 Cantos, com apoio e patrocínio do Proac, das Indústrias Romi, do Supermercado Pague Menos, da Usicomp, da Fundação Romi, do SESC, Prefeituras de Santa Bárbara d’Oeste e de Piracicaba, é uma produção cultural 3 Marias. Rodrigo, Wilson, Cláudio e Luiz se apresentam com Bruno Bernini (bateria) e Ricieri Nascimento (baixo). O 4 Cantos se apresentou no Centro Cultural e Biblioteca “Léo Sallum” e Estação Cultural de Santa Bárbara D´Oeste e, na sexta, de manhã no Centro Cultural Zazá e à tarde, no SESC, ambos em Piracicaba. É música pelos quatro cantos da região.

Show lotou a Estação Cultural em SBO

Show lotou a Estação Cultural em SBO

 

 

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