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Cantareira sobe depois de oito meses, mas nível ainda é crítico
Cantareira em queda livre chegou a 6,1% nesta sexta-feira (Foto Adriano Rosa)

Cantareira sobe depois de oito meses, mas nível ainda é crítico

Depois de oito meses, o nível dos reservatórios do Sistema Cantareira subiu após as fortes chuvas dos últimos dias. Depois de permanecer estacionado em 6,7% por cinco dias, o nível alcançou 7% nesta quarta-feira, 24 de dezembro, um volume ainda muito crítico para esta época do ano. Outros sistemas que abastecem a Grande São Paulo também tiveram alta em função das chuvas intensas.

No Cantareira, formado por águas da bacia do rio Piracicaba e que abastece metade da Grande São Paulo, choveu 52,4 milímetros em 24 horas. No Sistema Alto Tietê, que abastece mais de 4,5 milhões de moradores, choveu 14,2 mm e, com isso, o nível subiu de 10,5% para 11,1%. No Sistema Guarapiranga, responsável pelo abastecimento de 5,2 milhões de moradores das zonas sul e sudeste da cidade de São Paulo, o nível subiu de 36,6% para 38,3% com as chuvas de 22,2 mm nas últimas 24 horas.

O maior volume de chuvas, de 89,2 mm, foi registrado no Sistema Alto Cotia, que abastece  410 mil pessoas em Embu, Embu-Guaçu, Itapecerica da Serra, Cotia e Vargem Grande, e com isso seu nível aumentou de 30,2% para 31,5%.

O Sistema Rio Grande também aumentou, de 66,7% para 69,0%, após chuvas de 6,4 mm. O Rio Grande abastece 1,2 milhão de cidadãos em Diadema, São Bernardo e Santo André.  O Sistema Rio Claro, que também permanecia estacionado como o Cantareira, aumentou de 25,8% para 32%, após chuvas de 26,2%. O Rio Claro abastece 1,5 milhão de moradores em Sapopemba e parte dos municípios de Ribeirão Pires, Mauá e Santo André.

O nível do Cantareira ainda é muito baixo e continua preocupante, considerando as projeções para 2015. Em janeiro de 2014, os reservatórios do Cantareira estavam com menos de 30% de sua capacidade, menos do que o volume em janeiro de 2013 (menos de 50%) e janeiro de 2012 (menos de 70% da capacidade). Se não forem recompostos com chuvas fortes entre final de dezembro e fevereiro de 2015, os reservatórios do Cantareira estarão com nível muito baixo para enfrentar o período tradicionalmente seco e, com isso, a crise hídrica pode ser pior no próximo ano.

Ao longo de 2014, em todos os meses o volume útil do conjunto de reservatórios do Cantareira esteve muito menor do que nos anos anteriores. Esse volume útil foi de pouco mais de 20% em fevereiro (em relação a pouco mais de 50% em fevereiro de 2013 e mais de 70% em fevereiro de 2012), cerca de 15% em março (contra mais de 50% em mais de 70% no mesmo mês em 2013 e 2012), pouco mais de 10% em abril (contra mais de 60% e mais de 70%), 10% em maio (contra mais de 60% e mais de 70%), cerca de 5% em junho (contra 60% e 70%) e cerca de 2% em junho (contra pouco menos de 60% no mesmo mês em 2013 e mais de 70% em 2012).

Em julho o volume útil do Cantareira já estava praticamente zerado, contra mais de 50% no mesmo mês em 2013 e mais de 70% em 2012, e em agosto o volume útil já era negativo, com o abastecimento para metade da Grande São Paulo apenas assegurado pelo uso da primeira parte do Volume Morto. Em agosto de 2012 o volume útil era mais de 50% e em agosto de 2013, de mais de 70%. Em setembro, outubro, novembro e dezembro o volume útil continuou negativo e continuará assim nos próximos meses, a menos que venham chuvas muito fortes.

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