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Arrastão Ecológico renova o amor da população pelo rio Piracicaba
O grupo se voluntários se prepara para mais um Arrastão Ecológico pelo Rio Piracicaba (Foto Roncon & Graça Comunicações)

Arrastão Ecológico renova o amor da população pelo rio Piracicaba

A degradação do rio Piracicaba, por vários motivos, há décadas tem gerado preocupação e forte mobilização local. A construção e operação do Sistema Cantareira, por exemplo, têm inspirado há anos a luta em defesa do rio, que também sofreu com a forte estiagem de 2014. Neste sábado, 28 de fevereiro, o amor pela maior fonte cultural da cidade foi renovado, com a realização do 21º Arrastão Ecológico pelo Rio Piracicaba, que levou mais de 400 às suas margens. Também houve plantio de árvores.

Atual coordenador do Arrastão, que tem realização da Prefeitura de Campinas e neste ano com patrocínio do Instituto MRV, José Carlos Masson observou que a média de lixo retirado do rio tem diminuído, estando em torno de uma tonelada. As embarcações que participaram do Arrastão percorreram vários quilômetros do rio. O Arrastão foi idealizado em 1994 pelo navegador José Luiz Guidotti.

Para o Diretor Produção da MRV Engenharia, Tulio Barbosa, a presença da empresa, através do Instituto MRV, representa a responsabilidade social da companhia, em estar presente e atuante ao lado das comunidades onde atua. Em Piracicaba, a MRV está presente em seis empreendimentos em construção, que representam quatro mil unidades habitacionais. Mais de 100 colaboradores da empresa participaram do Arrastão. O Instituto Formar e o Grupo de Escoteiros também apoiaram a iniciativa.

Mais de 100 colaboradores da MRV participaram da iniciativa: responsabilidade social (Foto Roncon & Graça Comunicações)

Mais de 100 colaboradores da MRV participaram da iniciativa: responsabilidade social (Foto Roncon & Graça Comunicações)

Símbolo de vida e degradação – O rio Piracicaba é o grande símbolo de vida para a cidade e, por isso, tem motivado forte mobilização local. Assoreamento, devastação da mata ciliar, poluição industrial e por esgoto urbano, descaso com as águas e a vida que elas carregam levaram o rio à porta do inferno.

Das 107 espécies que o agrônomo Nelson de Souza Rodrigues catalogou, quando trabalhava no Centro de Energia Nuclear na Agricultura (CENA), 33 espécies, um terço, já sumiram do Piracicaba. Não há indicador maior da decadência do rio, que Nelson percebia há mais de 30 anos, ao observar o progressivo desaparecimento dos peixes. (Ver mais na Agência Social de Notícias: http://agenciasn.com.br/arquivos/2136)

A reação a essa degradação paulatina inspirou várias ações, que culminaram por exemplo na criação do Consórcio Intermunicipal das Bacias dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí, em 1989, e na própria legislação paulista, de 1991, e nacional, de 1997, dos recursos hídricos.

A entrada em operação do Sistema Cantareira, em 1974, foi mais um ingrediente para a inquietação local e regional. A renovação da outorga para que a Sabesp continue gerenciando o Sistema Cantareira deveria acontecer em 2014, mas foi suspensa em função da crise hídrica. Mas a renovação deve acontecer em 2015 e o conjunto das bacias do PCJ já está se mobilizando para que os termos da nova outorga sejam mais favoráveis à região. O Cantareira, que abastece mais de 6 milhões de pessoas da Grande São Paulo, é formado por reservatórios alimentados por águas da bacia do rio Piracicaba.

Voluntárias retiram lixo do rio Piracicaba, fonte de cultura local (Foto Roncon & Graça Comunicações)

Voluntárias retiram lixo do rio Piracicaba, fonte de cultura local (Foto Roncon & Graça Comunicações)

 

 

 

 

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