Artistas unidos neste sábado em defesa da Oficina Hilda Hilst

O premiado Bira Dantas normalmente utiliza computador e scanner para as suas charges e caricaturas, mas neste sábado, 11 de abril, ele vai lançar mão de outros recursos com um objetivo muito claro: apoiar a continuidade do funcionamento da Oficina Cultural Hilda Hilst. Bira e um grupo de artistas de vários estilos e linguagens vão se manifestar a partir das 10 horas, no Centro de Convivência Cultural, em uma Exposição-Protesto contra o anúncio do fim das atividades da Oficina Cultural que leva o nome da famosa escritora que morava em Campinas.

Desta vez, Bira fará uma caricatura – de Hilda, claro – em grandes dimensões e usando cartolina como suporte e giz de cera e tinta como materiais para expressar a sua indignação. “Os aparelhos culturais existentes em Campinas são muito importantes para quem já é um artista e para quem deseja manifestar a sua arte”, diz o quadrinista, que já ganhou o Prêmio Angelo Agostini, o Oscar das HQs do Brasil, e o Salão de Humor de Chipre, em 2002.

“Além de tudo, o espaço faz uma homenagem a Hilda Hilst, essa grande personagem da literatura brasileira”, observa Bira. Ele lembra que a charge normalmente traduz “a voz das ruas”, o sentimento popular em relação a este ou aquele fato. Então, no momento em que estiver produzindo a caricatura de Hilda Hilst, neste sábado, ele poderá fazer uma ou outa intervenção, “dependendo do que estiver acontecendo no momento” no Centro de Convivência Cultural.

Entre os artistas que devem participar do ato neste sábado estão, de Campinas: Acacio Pereira, Alvaro Azzan, Celso Pinto, Claus Steger, Giló Silvatti, Gomes Heleno, Maria Angelica Pantalena, Mirs Monstrengo, Paulo Ely, Ricardo Llk, Regis Almeida, Synnöve Dahlström Hilkner, Ademir Fernandes, Fabio Barella, Roberto London, Vitor Mello, Vera Lucia Orsini, Fabiano Carriero, Marisa Martins Carvalho e Martinho Caires.

Também estão previstos Ariane Venturini (Jaguariúna), Fokinha Art Worx – Familyart Br.Tattoo (São Paulo), Joao Bosco (Hortolândia), Marilda Cassius Dalevedove Costa (São Paulo), Mônica Hernandes (São Paulo), Robinson José da Silva (Sumaré) e Luciana Pontes (Hortolândia).

Leituras e releituras de obras de Hilda Hilst e performances variadas serão promovidas para marcar o protesto contra o fechamento da Oficina Cultural. Com a justificativa do governo de São Paulo, de “readequação do orçamento estadual”, também foi anunciado o fechamento de outras cinco unidades de oficinas culturais, além da de Campinas: Lélia Abramo (Araraquara), Guiomar Novaes (São João da Boa Vista), Glauco Pinto de Moraes (Bauru), Silvio Russo (Araçatuba) e Luiz Gonzaga (São Paulo), que “serão absorvidas” por outras sedes (15 que sobraram), diz o comunicado oficial. Em 2014, o Programa Oficinas Culturais, gerenciado pela Organização Social Poiesis, em conjunto com a Secretaria de Cultura do Estado, desenvolveu atividades em cerca de 300 municípios paulistas.