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Pernambuco tem semana pela preservação do patrimônio cultural
Pernambuco tem dezenas de bens tombados e Recife grande parte deles (Foto José Pedro Martins)

Pernambuco tem semana pela preservação do patrimônio cultural

Nesta segunda-feira, 17 agosto, foi comemorado o Dia Nacional do Patrimônio Histórico. Para comemorar a data, começou hoje, oficialmente, a oitava edição da Semana do Patrimônio Cultural de Pernambuco, em promoção da Secretaria de Estado da Cultura e com a participação de vários grupos. Serão diversas atividades, como debates, shows e exposições, em muitas cidades pernambucanas. Nesta terça-feira, dia 18, um dos pontos altos da Semana, com a entrega de certificado de titulação e registro dos Maracatus Nação como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil. O evento será às 17 horas, no Palácio do Campo das Princesas, sede do governo de Pernambuco, seguido de cortejo até o Pátio de São Pedro.

A VIII Semana do Patrimônio Cultural de Pernambuco foi construída com base em quatro eixos – brincar, experimentar, interpretar e pensar. O tema geral é “Práticas sustentáveis e territórios de sustentabilidade”. O objetivo é ampliar o diálogo entre os diversos grupos sociais, estimulando a sociabilidade e fortalecendo a cultura do Estado em seus múltiplos territórios.

Pernambuco é um dos estados com maior número de bens tombados ou em processo de tombamento como patrimônio cultural nacional pelo Iphan. São 136 bens materiais. São bens imateriais o Frevo, a Feira de Caruaru e, agora, os Maracatus Nação e também o Maracatu de Baque Solto e o Cavalo Marinho.

Um levantamento feito pela Fundação de Apoio ao Desenvolvimento da Universidade Federal de Pernambuco (Fade), em parceria com o Iphan, revelou 329 referências culturais identificadas em 769 fontes documentais (424 escritas, 08 iconográficas e 337 audiovisuais), sendo: 138 formas de expressão; 84 celebrações; 80 ofícios; 26 lugares; e uma edificação.

Maracatu Nação – O Maracatu Nação foi inscrito, pelo Iphan – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, no Livro de Registro das Formas de Expressão, em dezembro de 2014. Com a grande maioria dos grupos concentrada nas comunidades de bairros periféricos da Região Metropolitana de Recife, também é conhecido como Maracatu de Baque Virado. Essa forma de expressão cultural apresenta um conjunto musical percussivo a um cortejo real, que sai às ruas para desfiles e apresentações durante o Carnaval. Os grupos apresentam um espetáculo repleto de simbologias e marcado pela riqueza estética e pela musicalidade, assim podem ser traduzidas as apresentações de grupos de maracatu, em Pernambuco. O momento de maior destaque consiste na saída às ruas para desfiles e apresentações no período carnavalesco.

Para o Iphan, o valor patrimonial do Maracatu Nação reside sua capacidade de comunicar elementos da cultura brasileira e carregar elementos essenciais para a memória, a identidade e a formação da população afrobrasileira. Entendido como uma forma de expressão que congrega relações comunitárias, o Maracatu Nação permite o compartilhamento de práticas, memórias e fortes vínculos com o sagrado, evidenciadas por meio da relação desses grupos com os xangôs (denominação da religião dos orixás em Pernambuco) e a Jurema Sagrada (denominação da religião de características afro-ameríndias que cultua mestres e mestras, caboclos, entre outras entidades) e ainda pode remontar às antigas coroações de reis e rainhas congo.

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