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Campanha da Fraternidade de 2016 pede atenção especial para saneamento na zona rural
Campanha da Fraternidade de 2016 pede política pública para saneamento na zona rural, onde vivem 30 milhões de brasileiros (Foto José Pedro Martins)

Campanha da Fraternidade de 2016 pede atenção especial para saneamento na zona rural

A Campanha da Fraternidade de 2016, que terá caráter ecumênico e será aberta na Quarta-feira de Cinzas, dia 10 de fevereiro, pedirá atenção especial do país para a zona rural, onde moram 30 milhões de pessoas e são péssimas as condições de saneamento. O Saneamento será o tema neste ano da Campanha da Fraternidade, que será realizada em parceria entre a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e Conselho Nacional de Igrejas Cristãs.

O texto-base da Campanha lembra que 25% da população rural brasileira vive em situação de extrema pobreza, índice muito maior do que o observado nas áreas urbanas. Dos 8,1 milhões de domicílios rurais, apenas 42%  têm acesso à água canalizada para uso doméstico e 58% utilizam água proveniente de outras fontes, de acordo com informações da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – PNAD.

Um índice muito pequeno, de 5,2% dos domicílios rurais, possui coleta de esgoto ligada à rede geral, enquanto 28,3% possuem fossa séptica. O documento da Campanha da Fraternidade lembra ainda que 49% das residências que têm banheiros escoam as fezes e a urina via fossas rudimentares. São jogados a céu aberto 17% dos dejetos e 13,6% dos domicílios não utilizam nenhum tipo de solução, enquanto 52,9% jogam os dejetos em valas ou diretamente nos cursos d´água.

Somente 33,2% das moradias rurais estão ligadas à rede de distribuição de água com ou sem canalização, enquanto 66,8% dos domicílios, ou cerca de 5 milhões de moradias, utilizam outras formas de abastecimento. A situação dos resíduos sólidos também é absolutamente precária na zona rural: apenas 23,4% dos domicílios contam com coleta de porta em porta e 7,2% fazem a coleta em uma caixa estacionária, enquanto 69,4%, ou cerca de 5,6 milhões de moradias, não têm acesso a esse serviço.

O documento da Campanha da Fraternidade 2016 lembra que, para a definição de políticas públicas de saneamento básico na área rural, é necessário conhecer suas especificidades. O texto-base nota ainda em que o saneamento rural precisa ser implementado de forma articulada com outras políticas públicas e lamenta que a Lei 11.445/2007 (Lei do Saneamento Básico) não defina os investimentos financeiros e de mão de obra para que a política de saneamento básico alcance as soluções adequadas para o meio rural.

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