Capa » Ecodesenvolvimento » Microexplosões atmosféricas em Campinas mudam conceito de área de risco junto à ONU
Microexplosões atmosféricas em Campinas mudam conceito de área de risco junto à ONU
Na avenida Mackenzie, próximo ao San Conrado, um dos pontos altos da destruição (Foto José Pedro Martins)

Microexplosões atmosféricas em Campinas mudam conceito de área de risco junto à ONU

As microexplosões atmosféricas ocorridas na madrugada deste domingo, dia 5 de junho, provocando pânico e causando muita destruição em Campinas vão contribuir para mudar  o conceito de áreas de risco junto à Organização das Nações Unidas (ONU). As áreas de risco são historicamente aquelas mais vulneráveis a eventos climáticos ou desastres naturais, onde geralmente reside a população de mais baixa renda, mas esse paradigma já vem mudando em agências das Nações Unidas por episódios como o das microexplosões atmosféricas, registradas em Campinas neste final de semana e que impactaram bairros de população de maior poder aquisitivo.

“Um temporal como esse atinge uma cidade como um todo, todo o meio urbano se torna vulnerável”, afirma Sidnei Furtado Fernandes, promotor no Brasil da Campanha Construindo Cidades Resilientes,  do Escritório das Nações Unidas para Redução do Risco de Desastres (UNISDR, na sigla em inglês). Fernandes destaca que essa visão, de ampliação do conceito de áreas vulneráveis às mudanças climáticas, já vem sendo discutido na UNISDR. A adaptação das cidades urbanas às mudanças climáticas é justamente um dos eixos de trabalho da UNISDR em esfera internacional e da Campanha Construindo Cidades Resilientes, acrescenta o promotor da iniciativa no Brasil.

Como informou a Agência Social de Notícias, o fenômeno climático que atingiu Campinas na madrugada no dia 5 de junho, com forte temporal marcado por intensas descargas atmosféricas e granizo, atingiu muitos locais de famílias de alto poder aquisitivo, como condomínios próximos ao Galleria Shopping e Caminhos de San Conrado, no distrito de Sousas (ver aqui).

Fernandes nota que a construção de Cidades Resilientes é uma decisão cada vez estratégica por parte dos gestores, de modo a tornar as áreas urbanas capacitadas a dar resposta a situações e cenários cada vez mais instáveis, por exemplo em função das mudanças climáticas. Se a recente crise hídrica mostrou que o Brasil ainda não incorporou totalmente a cultura do planejamento, da prevenção, o promotor da Campanha das Nações Unidas entende que o país “tem avançado bem, com passos importantes na construção de sistemas de monitoramento, de prevenção, de organização”.

Diretor da Defesa Civil em Campinas, Fernandes tem-se empenhado por levar o conceito de Cidades Resilientes a todos os municípios da Região Metropolitana (RMC) e Região Administrativa de Campinas. Campinas é certificada desde 2013 como Cidade Resiliente pela ONU, por ter cumprido as várias etapas em termos de capacitação para ações preventivas e de reação.

Árvores caídas na Fazenda Santa Elisa mostrando a força dos ventos (Foto José Pedro Martins)

Árvores caídas na Fazenda Santa Elisa mostrando a força dos ventos (Foto José Pedro Martins)

Sobre ASN

Organização sediada em Campinas (SP) de notícias, interpretação e reflexão sobre temas contemporâneos, com foco na defesa dos direitos de cidadania e valorização da qualidade de vida.

Deixe uma resposta