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A essência da luz: Piracicaba no Encontro Mundial de Pintura ao Ar Livre
Artistas de várias cidades, como Maria Helena, de Araraquara, reuniram-se em Piracicaba (Foto José Pedro Martins)

A essência da luz: Piracicaba no Encontro Mundial de Pintura ao Ar Livre

As paletas vão sendo cobertas aos poucos. Cores claras, principalmente, com o azul predominando, para a imagem ser fiel a mais um dia de calor intenso. Os artistas montam seus cavaletes e, sob a essência da luz, capturam tons e formas que refletem seu estado de espírito. Mais uma vez Piracicaba participa, neste final de semana, do Encontro Mundial de Pintura ao Ar Livre.

A iniciativa foi  idealizada pela International Plein Air Painters (IPAP) e, rapidamente, ganhou adeptos em vários países. Em Piracicaba, terra de atividades intensas em artes plásticas, o terreno estava mais do que fértil. O grupo Caipiras do plein air, há tempos indutor da pintura ao Ar livre na cidade, é o natural protagonista. João Benatti, um dos fundadores do grupo, entende que a pintura ao Ar Livre cumpre múltiplas funções.

“A pintura ao ar livre tira o artista da zona do conforto e mostra para o público como é o processo de produção de uma tela. É um ato desmistificador”, resume Benatti, a todo momento solicitado por um pintor convidado ou visitante para posar com sua enorme paleta com o nome do grupo piracicabano.

João Benatti e a paleta do Caipiras do Plein Air (Foto José Pedro Martins)

João Benatti e a paleta do Caipiras do Plein Air (Foto José Pedro Martins)

E convidado é o que não falta. Pintores de várias cidades paulistas estavam no encontro de Piracicaba, na quente manhã deste domingo, 11 de setembro. Neste ano – o quarto consecutivo – o evento aconteceu na  Praça dos Artistas, em frente ao Casarão do Turismo, na rua do Porto.

Era difícil encontrar uma sombra, mas mesmo enfrentando o sol abrasador os artistas estavam lá, com suas rápidas, pensadas e certeiras pinceladas. Cada um em seu estilo. Chico Silva, de Matão, confessa que foi a participação no Encontro Mundial de Pintura ao Ar Livre, em Piracicaba, que o estimulou a adotar essa metodologia. “Pinto geralmente sozinho, mas quando estamos em grupo, como aqui, existe mais motivação”, explica Chico, que levou várias de suas produções para mostrar ao público.

Outra visitante era Maria Helena Catalão Ventura, de Araraquara. Também era a terceira vez que participava do evento em Piracicaba. Ela ressalta, igualmente, a relevância da pintura ao ar livre e em grupo. “É muito bom porque trocamos informações e impressões. Com isso evoluímos juntos”, comenta.

Luiz Capy de São Roque: motivação para a pintura ao ar livre (Foto José Pedro Martins)

Luiz Capy de São Roque: motivação para a pintura ao ar livre (Foto José Pedro Martins)

Luiz Capy, de São Roque, acentua, de modo especial, o ambiente favorável à pintura em geral e ao ar livre em particular propiciado por Piracicaba. “Aqui existe uma forte tradição, por exemplo com os Salões, e isso é muito bom para o artista. Ele se sente mais estimulado a produzir e com essa natureza a inspiração vem logo”, resume, se referindo à paisagem magnífica propiciada pelo rio Piracicaba.

Impossível não lembrar da prática da pintura ao ar livre pelos impressionistas, que praticamente consolidaram esse estilo no final do século 19. O Encontro Mundial da Pintura ao Ar Livre, que no Brasil já ocorre simultaneamente em várias cidades, em sintonia com o evento global, é um resgate e ao mesmo tempo uma abertura de novos caminhos. Os caminhos sem roteiro, sem planejamento, em total liberdade, que a arte exige. (Por José Pedro Martins)

Chico Silva, de Matão: prazer de trabalhar em grupo (Foto José Pedro Martins)

Chico Silva, de Matão: prazer de trabalhar em grupo (Foto José Pedro Martins)

 

 

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