Relva, grama, chão coberto de verde, de esperança, de aconchego. Com “Almoço na Relva”, Manet operou uma dupla revolução, na forma e nos valores. Escândalo artístico e moral. Portal de um novo tempo, que chegou. Com “As Folhas das Folhas de Relva”, Walt Whitman redesenhou o futuro da poesia, declarou a poesia como um direito humano. Pois em Campinas, 20 de julho de 2014, a relva de novo sinalizando transformações. A relva da Praça Carlos Gomes, centro da cidade, coberta de gente, saboreando a comunhão, os afetos e as delícias da segunda edição do Chefs na Praça.
O evento idealizado pelo jornalista e chef Manuel Alves Filho, pelo também jornalista Ronei Thezolin e pela publicitária Silvana Pocay teve a organização do Campinas e Região Convention & Visitors Bureau e o apoio da Prefeitura Municipal. Foram 26 restaurantes, desfilando um cardápio requintado, mesclando influências diversas, para diferentes gostos e paladares. Brasil em estado puro, Brasil universal.
Um sol que dizia “aproveitem” foi um tempero a mais, um convite para milhares de campineiros e metropolitanos em geral ocuparem a praça, de Norte a Sul, Leste a Oeste, nas várias latitudes do prazer e do lazer. Tudo em torno do coreto, palco de apresentações de MPB e outros ritmos. O coreto que remete a uma Campinas clássica e que é sempre nova, na medida em que sua população, devidamente estimulada, exibe a sua energia, o seu dinamismo criativo.
A relva, a relva, na cidade que começou com campinhos, lugar de repouso, marco da construção de uma nova comunidade. A relva, a relva na Praça Carlos Gomes, território de gentileza, de tolerância, de uma nova Campinas que vai nascer. (Por José Pedro Martins)