Brasília completa 55 anos nesta terça-feira, 21 de abril, como um painel das contradições e de desafios que marcam o país. A cidade planejada, em uma sociedade historicamente pontuada pelo improviso. A capital com uma arquitetura celebrada, mas que ao mesmo tempo, para muitos, oprime justamente pela magnitude. Um território de sonhos, com alta renda per capita média, mas que mantém importante cinturão de pobreza, como outras metrópoles brasileiras. Neste ensaio fotográfico de Adriano Rosa, especial para a Agência Social de Notícias, algumas faces da cidade pensada há décadas, mas materializada pelo dinamismo do governo de Juscelino Kubitschek, na época em que o Brasil, ao embalo da Bossa Nova, do futebol enfim campeão mundial e muita efervescência cultural e política, sonhava mais alto.
Em Brasília, que tem alta renda per capita, sem carro é difícil se locomover: por causa da capital, a chamada Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal (composta por áreas como Asa Norte, Águas Claras e Lago Sul) tem o segundo Índice de Desenvolvimento Humano Metropolitano, segundo o Atlas do Desenvolvimento Humano das Regiões Metropolitanas, divulgado no final de 2014 pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD); regiões da Grande São Paulo lideram o ranking.
Congresso Nacional é a grande arena da disputa política no Brasil: fonte permanente de polêmica.
Catedral de Brasília, um dos marcos arquitetônicos da cidade, onde está a sede da CNBB: Conferência Nacional dos Bispos do Brasil tem a partir desta semana um novo presidente, justamente o arcebispo da capital federal, D.Sérgio da Rocha.
Marco do Memorial JK, projetado por Oscar Niemeyer, o grande arquiteto de Brasília: obra inaugurada em 1981 causou polêmica, sob acusação de que faria referência à “foice e martelo” do comunismo; no Memorial estão obras de Athos Bulcão, Marianne Peretti e Honório Peçanha.
Ponte JK à noite: inaugurada em 2002, mais um marco arquitetônico lembrando o presidente que materializou Brasília, com 720 metros de extensão e projeto do arquiteto Alexandre Chan.
Brasília: símbolo do país que precisa cuidar melhor de suas raízes, de suas origens, como dos povos indígenas e negros, para projetar um futuro mais justo.