Mais de 2.300 pessoas, sendo 300 maratonistas, participaram na manhã deste domingo, 19 de julho, da I Maratona de Campinas, nos circuitos de sete quilômetros montados na Avenida José de Sousa Campos (Norte-Sul). Leonardo Prates Genu e a triatleta Bruna Mahn foram os vencedores das categorias masculina e feminina, na prova que, a um ano das Olimpíadas do Brasil, no Rio de Janeiro, é mais uma tentativa da cidade em recuperar o tempo perdido no esporte.
Além da maratona de 42 km, o evento da manhã deste domingo contou com provas de duplas (21 km), trios (14 km) e sextetos (7 km). Também houve participação de atletas com deficiência. Mais de 8 mil pessoas passaram pelo circuito, para participar ou acompanhar as provas inéditas.
Foi uma nova tentativa de Campinas recuperar um lugar de destaque no esporte, mais apropriado para a cidade que tem um dos maiores PIBs no Brasil e é sede de uma dinâmica região metropolitana. Campinas já teve corridas de automóveis nas ruas na década de 1930, revelando Chico Landi como estrela do esporte. Já teve páreos importantes nos Hipódromos do Bonfim e Boa Vista. Já teve grandes equipes em várias modalidades, além do futebol e voleibol.
O secretário municipal de Esportes, Dario Saadi, reconheceu que muitos maratonistas preferem o circuito contínuo, mas observou que a escolha se deveu a vários fatores. Um deles foi evitar o máximo de interferência no trânsito – a Norte-Sul já é usada normalmente, nos finais de semana, como ciclovia.
“Campinas já é um polo importante de corridas de rua. Com a maratona, o objetivo é consolidar essa vocação”, destaca o secretário. Mas ele admite que a iniciativa faz parte de um plano estratégico mais amplo, para resgatar o protagonismo da cidade no cenário esportivo, além das modalidades já consolidadas.
Entre 1936, na primeira edição, até 1979, Campinas foi campeã dos Jogos Abertos em dez oportunidades, ficando em segundo lugar do pódio, atrás somente da megacampeã Santos. Além disso, Campinas já sediou a “Olimpíada do Interior” quatro vezes, em 1939, 1945, 1960 e 1994.
Desde 1979, nunca mais foi campeã, e nas duas últimas décadas não sediou mais os Jogos. Em 1988, a delegação campineira nem participou dos Jogos Regionais de Santa Bárbara D´Oeste e Abertos de Araçatuba.
Claros sinais da crise crônica nos esportes de uma forma geral, nítido motivo para uma séria reflexão sobre os processos sociais, educacionais e culturais que a cidade tem experimentado. As exceções ficam para as ações individuais de nomes como Vanderlei Cordeiro de Lima e equipes como a Orcampi/Unimed – signos de manutenção da esperança quanto a novos tempos em pistas, quadras, campos, mesas e demais territórios do esporte. (Por José Pedro Martins)