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Na França, um novo passo para a estruturação do Agropolo Campinas-Brasil
Campinas sediará Agropolo, para estimular pesquisas e negócios na agroindústria (Foto Adriano Rosa)

Na França, um novo passo para a estruturação do Agropolo Campinas-Brasil

Com o Instituto Agronômico (IAC), Campinas tem sido fundamental para alavancar as pesquisas e atividades agrícolas há décadas no país. Agora, no cenário global de rápidas inovações científicas e tecnológicas, um novo salto está sendo dado com a constituição do Agropolo Campinas-Brasil, que nesta semana deu novo passo com o acordo de cooperação assinado com Montpellier, na França. A cidade francesa é sede de uma das mais importantes faculdades de Agronomia da Europa e da Agropolis International, plataforma que serviu de inspiração para a criação do Agropolo Campinas-Brasil.

O acordo de cooperação foi assinado nesta quinta-feira, 24 de março, entre os prefeitos de Montpellier, Phillipe Saurel, e de Campinas, Jonas Donizette, eleito no final de 2015 como presidente do Conselho Administrativo do Agropolo Campinas-Brasil. O vice-presidente é o reitor da Unicamp, José Tadeu Jorge. O diretor-geral do IAC, Sérgio Augusto Morais Carbonell, e a assessora-técnica da Diretoria do IAC, Lilian Cristina Anefalos, foram escolhidos para compor a Secretaria Executiva, ao lado de Luís Augusto Barbosa Cortez, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Também integram o Conselho: Arnaldo Jardim, secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo; Márcio França, secretário de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação; José Luiz Camargo Guazzelli, do Techno Park Campinas, e Bernard Hubert, da Associação Agropolis International.

São parceiros na construção do Agropolo Campinas-Brasil a Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, por meio do IAC, Instituto de Tecnologia de Alimentos e Instituto Biológico, Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação, Prefeitura de Campinas, Unicamp, Techno Park Campinas – Associtech e Associação Agropolis International.

Assinatura de convênio de cooperação entre Campinas e Montpellier, nesta cidade francesa (Foto Divulgação)

Assinatura de convênio de cooperação entre Campinas e Montpellier, nesta cidade francesa (Foto Divulgação)

A associação francesa Agropolis International é financiada e administrada por instituições da comunidade científica regional de Languedoc-Roussillon, em Montpellier. É voltada para a pesquisa agronômica e o desenvolvimento sustentável. Criada em 1986, é considerada uma das maiores concentrações de competências nas áreas de agricultura, alimentação, biodiversidade e meio ambiente.
A parceria cria também a possibilidade de intercâmbio entre os participantes a fim de contribuir com a formação de recursos humanos. Montpellier tem universidades bem avaliadas. Campinas oferece a excelência do ensino e pesquisa da Unicamp (responsável por 15% das pesquisas acadêmicas no Brasil) e os cursos de pós-graduação existentes no Instituto Agronômico, Instituto Biológico e Instituto de Tecnologia de Alimentos, com programações diferenciadas pela intensa participação dos pós-graduandos nas atividades científicas de cada instituto. Recentemente, o curso de Agronomia da Unicamp foi classificado como um dos 50 melhores do ensino superior no mundo, segundo a empresa britânica Quacquarelli Symonds (QS).
O Acorde Cooperação Técnica e Científica assinado nesta quinta-feira, em Montpellier, oficializa a parceria entre as duas cidades para a criação do Agropolo Campinas-Brasil, inspirado no modelo de Agropolis International. O Agropolo brasileiro estará igualmente fundado no conceito da “inovação colaborativa” como uma nova estratégia para promover pesquisa, desenvolvimento e inovações tecnológicas de produtos e serviços.

A partir de eixos comuns de interesse, serão articulados os esforços dos Centros Geradores de Conhecimento e das Empresas, no caso do setor agroalimentar, com o objetivo de oferecer para a sociedade rápidos e seguros avanços no desenvolvimento de produtos, (i) agricultura, (ii) alimentação, (iii)  biodiversidade, (iv) bioenergia, (v) química verde e (vi) desenvolvimento sustentável.

Segundo o diretor do Techno Park Campinas – Associtech e membro do Conselho do Agropolo Campinas-Brasil, José Luiz Camargo Guazzelli,entre os resultados esperados estão a aproximação dos interesses acadêmicos aos da indústria do setor; acesso a novas fontes de financiamento para o desenvolvimento e inovação tecnológica no setor; formação de grupos associados de pesquisa, estimulando parcerias, joint ventures e investimentos no setor; e estimular o desenvolvimento de novos produtos e promover processos inovativos relacionados ao setor agroalimentar e desenvolvimento sustentável.

Outros propósitos, completa Guazzelli, são atrair investimentos do setor para Campinas; acessar novos mercados para as empresas instaladas da Região de Campinas; estimular a criação de empresas startups e spin-offs, favorecendo a inovação no setor agroalimentar; e projetar internacionalmente o Agropolo Campinas-Brasil.

A região de Campinas conta com 7360 unidades produtivas agrícolas, 6500 pequenas propriedades e 13 mil agroindústrias. O novo Agropolo terá a missão de articular esses segmentos com os centros de ensino e pesquisa de Campinas e Montpellier, para atingir os objetivos traçados.

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