Felizmente não foram registradas mortes, mas as centenas de quedas de árvores ocorridas em várias cidades da Região Metropolitana de Campinas (RMC), em função da tempestade de 8 de setembro, indicam a necessidade de revisão, por parte dos órgãos acadêmicos e de pesquisa, das escalas de vento normalmente usadas para subsidiar o planejamento urbano. A posição é do coordenador regional da Defesa Civil e diretor da Defesa Civil de Campinas, Sidney Furtado Fernandes, fazendo um balanço do forte temporal, com ventos de mais de 100 km por hora em Paulínia e 98 km/h em Campinas, registrados na terça-feira.
“Seria bom os órgãos acadêmicos reverem as escalas de vento usadas para planejamento territorial, para situações como instalação de estruturas metálicas, de fixação de outdoor e até de plantio de árvores”, afirma Sidney Fernandes, que também é promotor no Brasil da Campanha da ONU por Cidades Resilientes. Na sua opinião, o temporal de terça-feira indica que os eventos extremos demandam maior atenção por parte das cidades. “Eventos assim multiplicam as áreas de risco para um território maior”, ele comenta.
Segundo o levantamento da Defesa Civil, Americana e Paulínia foram os municípios mais afetados na RMC. Em Americana foram registradas 160 quedas de árvores, contra 128 em Campinas. Em Paulínia houve destelhamento de uma enorme estrutura metálica. “As quedas de árvore são preocupantes, pois podem atingir um veículo ou pessoas, e também são um risco para a rede elétrica”, observa Fernandes.
O diretor da Defesa Civil nota que, por outro lado, o temporal indicou progressos em termos de prevenção de enchentes e alagamentos. Mas advertiu que o evento confirma a necessidade da região começar a se preparar para a estação chuvosa. Os períodos de transição de estação, como o atual, completou Sidney Fernandes, são os mais susceptíveis a eventos extremos. (Por José Pedro Martins)