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ARTES

Sede do Centro de Ciências, Letras e Artes, um dos principais protagonistas da cultura em Campinas.

Sede do Centro de Ciências, Letras e Artes, um dos principais protagonistas da cultura em Campinas.

CENTRO DE CIÊNCIAS, LETRAS E ARTES

A primeira exposição futurista no Brasil, de Lasar Segall, foi realizada em 1913 em São Paulo e Campinas, no Centro de Ciências, Letras e Artes (CCLA). O primeiro cineclube da cidade também funcionou no Centro. A biblioteca do CCLA é uma das mais completas e importantes do Brasil. O Museu Carlos Gomes, maior nome da história cultura da cidade, é abrigado no CCLA. E o Museu Campos Salles, o campineiro que foi o segundo presidente civil do Brasil, também está lá.

São muitos aspectos demonstrando e confirmando a relevância do Centro de Ciências, Letras e Artes, que continua atuante, nas várias linguagens artísticas. O CCLA foi fundado em 31 de outubro de 1901, por um grupo de cientistas, artistas e intelectuais que decidiram criar uma instituição em que pudessem se reunir para o estudo e a produção de atividades científicas e artísticas. Entre os fundadores estavam cientistas ligados ao Instituto Agronômico de Campinas.

O primeiro número da Revista do CCLA, lançado em 1902, teve como tema central a Devastação das Matas no Estado de São Paulo. Por si só este fato demonstra como o Centro sempre esteve atento e muitas vezes à frente dos desafios do seu tempo. Essa temática foi abordada justamente por pesquisadores ligados ao Instituto Agronômico.

A abertura para o novo sempre foi uma marca do CCLA, que abrigou, por exemplo, o lançamento do Grupo Vanguarda, na década de 1950. Exposições frequentes, sobre os vários campos artísticos, são realizadas na sede do Centro, na rua Bernardino de Campos, 989, Centro de Campinas, fone (19) 3231.2567. O CCLA funciona de segunda a sexta-feira, das 9 às 12hs e das 14 às 17h30. Também são realizados muitos eventos noturnos.

 

 

 

Museu de Arte Contemporânea de Campinas (MACC) "José Pancetti": sempre na vanguarda. (Foto José Pedro Martins)

Museu de Arte Contemporânea de Campinas (MACC) “José Pancetti”: sempre na vanguarda. (Foto José Pedro Martins)

MUSEU DE ARTE CONTEMPORÂNEA DE CAMPINAS (MACC) “JOSÉ PANCETTI”

Salvador Dali, Roberto Burle Marx, Lasar Segall, Guignard e José Pancetti são alguns nomes com exposições já realizadas no Museu de Arte Contemporânea de Campinas (MACC) “José Pancetti”, localizado ao lado do Palácio dos Jequitibás, sede da Prefeitura Municipal. Com 1300 metros quadrados, o MACC conta com acervo de mais de 600 obras, entre pinturas, esculturas, instalações e objetos vários, fruto de doação de alguns nomes que alcançaram projeção nacional e internacional, após participar nos Salões de Arte Contemporânea promovidos no Museu, como José Roberto Aguilar, Mira Schendell, Cláudio Tozzi e Antônio Henrique do Amaral.

O Grupo Vanguarda, lançado com manifesto em junho de 1958, na revista do Centro de Ciências, Letras e Artes (CCLA), foi fundamental para o processo que levou à criação do MACC, em 1965, pela Prefeitura de Campinas, por iniciativa da Secretaria de Educação e Cultura, sob coordenação da professora Jacy Milani. Integravam o Grupo Vanguarda: Francisco Biojone, Thomaz Perina, Maria Helena Motta Paes, Bernardo Caro, Enéas Dedecca, Geraldo Jürgensen, Raul Porto, Mário Bueno, Geraldo de Souza, Franco Sacchi e Edoardo Belgrado, além do poeta Alberto Amêndola Heinzl e do ensaísta José Armando Pereira da Silva, que se somariam ao coletivo. A maioria desses artistas tem obras no MACC.

Os Salões de Arte Contemporânea foram essenciais para a projeção do MACC. Até 1976, eles foram realizados na sede inicial do Museu, em prédio da CPFL, na avenida da Saudade, onde hoje funciona a Câmara Municipal. A partir de 1977 os Salões passaram a ser promovidos na nova sede, própria, do MACC, na rua Benjamin Constant, ao lado da Prefeitura. O edifício foi doado por Roque Mellilo.

Os mais importantes críticos de arte escreveram sobre o MACC e os Salões de Arte Contemporânea, com influência direta nos rumos da instituição e da iniciativa. Entre eles podem ser citados Aracy Amaral, Mário Schenberg, Walter Zanini, Olívio Tavares de Araújo, Roberto Pontual, José Geraldo Vieira, Sérgio Ferro, Frederico Morais e Márcio Sampaio.

José Pancetti, que dá nome ao MACC, nasceu em Campinas a 18 de junho de 1902 e morou na cidade até os oito anos, quando a família, de origem toscana, mudou-se para São Paulo. Com onze anos Pancetti e uma irmã foram viver na Itália, com os avós e tios. Foi carpinteiro, operário e marinheiro, função que o ajudou a consolidar duas paixões, o mar e a pintura. De volta ao Brasil em 1920, passou a trabalhar como pintor de cartazes e de paredes, e a vocação artística foi cada vez mais forte. Não esqueceu o mar, integrando a Marinha brasileira até 1946.

A Medalha de Ouro no Salão Nacional de Belas Artes, em 1948, fortaleceu a carreira e sua projeção foi crescente, firmando o nome como um dos principais paisagistas brasileiros. Faleceu em 10 de fevereiro de 1958, no Rio de Janeiro, no mesmo ano em que o Grupo Vanguarda seria criado, em Campinas. O grupo que estaria na origem do Museu que hoje leva o nome do grande artista.

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